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13 de Novembro, 2019

70% dos tocantinenses vivem sem saneamento, diz estudo

70% dos tocantinenses vivem sem saneamento, diz estudo

Concessionária privada de saneamento não tem conseguido avançar no atendimento da população. 

Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 70% dos tocantinenses vivem sem os serviços de saneamento básico. Isso significa que 7 em cada 10 moradores não tem acesso a coleta de lixo, esgoto ou água tratada. Dos 139 municípios do Tocantins, apenas 12 possuem rede de esgoto. Os problemas envolvem questões sociais, econômicos e até a saúde pública. 

Vários problemas podem ser encontrados na região sul de Palmas. Na casa do assistente técnico Henrique Alves, a água descartada vai direto para a fossa porque no local ainda não tem rede de esgoto. "É uma preocupação porque contamina o lençol freático. Sem dizer que a gente sabe que a rede de esgoto é qualidade de vida. É questão de saúde pública. Nós queremos", disse.

A falta de saneamento básico também é preocupação para Ana Débora, que tem três filhos e mora em um barracão na mesma região. "Mesmo a gente limpando o quintal, mas pega bactéria na sujeira", reclamou.

A professora Claudia Suely diz que sem o acesso, os moradores se viram como podem. "Os meus vizinhos não têm e o que acontece? Faz fossa, muitas vezes não tampa e aquela fossa fica aberta", disse.

Situações como estas podem causar problemas sérios de saúde. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta a ausência de saneamento adequado e a falta de higiene como responsável por 88% das mortes por diarreia. É a segunda maior causa de morte em crianças com até 5 anos.

O representante do IBGE no Tocantins, Paulo Ricardo Amaral, explica que os números das restrições de saneamento podem interferir em outros resultados de levantamentos também feitos pelo Instituto. "A questão sanitária implica necessariamente no aparecimento de doenças, na qualidade e na expectativa de vida do cidadão. Lá na frente vai afetar outros índices, como o Índice de Desenvolvimento Humano que considera a taxa de mortalidade das pessoas", explicou.

Os dados podem ser utilizados para que o poder público escolha prioridades de investimento e trabalhe em políticas que reforcem áreas carentes de infraestrutura.

O outro lado

A Concessionária BRK Ambiental informou que a coleta de esgoto em Palmas atende a 90% das moradias da cidade e que algumas quadras da região norte ainda não têm o serviço porque dependem de planejamento de água e esgoto e licenciamento ambiental ou de regularização fundiária.

Disse também que no setor Taquari, no sul da capital, também há quadras sem esgoto porque também precisam de regularização.

Fonte: Portal G1

Última modificação em Quarta, 13 Novembro 2019 15:00