Trocar experiências sobre os desafios do saneamento na Zona Rural foi o objetivo de um dos encontros da tarde desta terça-feira (10) no 50° Congresso Nacional de Saneamento da Assemae, que está sendo realizado no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre.

A reunião teve a participação do representante do Departamento de Engenharia e Saúde Pública da Funasa, Alfredo Machado. Ele falou sobre o Programa Saneamento Brasil Rural (PSBR), elaborado com o objetivo de promover o desenvolvimento de ações de saneamento básico em áreas rurais, com vistas à universalização do acesso, por meio de estratégias que garantam a equidade, a integralidade, a intersetorialidade, a sustentabilidade dos serviços implantados, a participação e o controle social. “Estes territórios são compostos por particularidades que requerem uma abordagem própria e distinta da convencionalmente adotada em áreas urbanas no que se refere às tecnologias adequadas, aos modelos de gestão e à apropriação da população quanto às soluções aplicadas”, justificou.

O PSBR trabalha com diretrizes, estratégias e metas nacionais para o desenvolvimento de ações em saneamento básico estruturado em três eixos entendidos como indissociáveis: Tecnologia; Gestão dos Serviços; e Educação e Participação Social.

Dois exemplos que deram certo na área de abastecimento de água foram apresentados. No município de Marechal Rondon (PR), 100% da população rural tem acesso ao abastecimento público de água. O abastecimento na zona rural acontece a partir de sistemas conhecidos como Solução Alternativa Coletiva (SAC). São 1.850 famílias atendidas, com mais de 712 km de rede de distribuição instalada. “Em Marechal Rondon só não tem água quem não quer. Vivemos no interior e temos que pensar no povo todo e não só em quem vive em grandes cidades”, disse o Diretor Executivo do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Marechal Rondon, Victor Giacobbo.

O SAAE presta assistência técnica e administrativa constante às comunidades, incluindo a prestação de serviços diversos, como análises de água, encaminhamento de outorgas, eletricista, encanador, manutenção de equipamento de cloração, além de assessoria nas áreas de qualidade, gestão financeira e engenharia. Por outro lado, 95% das comunidades rurais são autossuficientes no gerenciamento financeiro do sistema, comprometendo-se pelo pagamento de todas as despesas relativas à gestão mensal deste modelo.

O mesmo acontece em Ivoti (RS), onde o saneamento rural é feito por Associações que foram criadas quando o município enfrentou um período de seca em meados dos anos 90. “Fizemos uma parceria com o governo do Estado, que entrou com a perfuração dos poços, a Secretaria Municipal de Obras ficou responsável por fornecer as máquinas e os moradores compraram os materiais de construção”, contou o Diretor-presidente das Águas de Ivoti, Adriano Graeff.

Ao final das explanações, os participantes deram depoimentos sobre o abastecimento de água em suas cidades e realizaram questionamentos aos palestrantes.

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Texto: Kátia Ferreira
Fotos: Carol Negreiro