Usar a capacidade inventiva inerente ao ser humano para descobrir melhores maneiras de trabalhar com o saneamento básico. O tema foi abordado em mesa-redonda realizada na tarde de quarta-feira (08), durante o 49º Congresso da Assemae, com a presença de especialistas e fornecedores de novas tecnologias para o setor.
Como palestrantes convidados, Walter Plácido, diretor executivo da AST Ambiente; Antonio Carlo Batalini Brandão, do Departamento de Saúde Ambiental da Funasa; Renato Rossetto, gerente de Operação de Esgoto da Sanasa de Campinas (SP); e Neyde Ferreira Leão, diretora da empresa Engearte. Os convidados foram coordenados pelo diretor técnico da Sanasa, Marco Antônio dos Santos.
Walter Plácido abriu as explanações, apresentando uma metodologia moderna e com projeção internacional para tratar o chorume, aquele resíduo liquefeito gerado nos aterros sanitários, definido pelo expositor como “suco de lixo”. O chorume, normalmente associado à poluição, também pode se tornar biogás, adubo ou água destilada, cabendo-lhe nesses casos, reaproveitamentos. “Uma descoberta com implicações tecnológicas, ambientais e econômicas”, dessa forma Plácido definiu o procedimento criado pela AST Ambiente.
No Brasil, esse tratamento de esgoto já é utilizado em Cariacica (ES) e São Gonçalo (RJ), além de outros locais. A AST surgiu em 2008, em Portugal, e essa tecnologia destinada ao chorume é utilizada também em algumas cidades europeias.
O segundo ou terceiro maior gasto nos serviços de saneamento vem do consumo da energia elétrica. Um software destinado a minimizar esse tipo de despesa é o que apresentou a engenheira Neyde Ferreira Leão, da Engearte. O software atua na gestão da eficiência energética, indicando como controlar os custos no tratamento e distribuição das redes de água e esgoto.
“Com o programa, a importação e o cadastramento passam a ser informações sobre dados do consumo disponíveis ao gestor e equipe operacional, possibilitando minimizar os gastos e pensar no futuro”, destacou Neyde.
Antonio Batalini, da Funasa, apresentou uma Unidade Móvel de Tratamento de Água de Baixa Turbidez, criada pela instituição. A ETA faz parte das iniciativas da Funasa para ações de apoio às situações de vulnerabilidade e risco à saúde, envolvendo desastres naturais e/ou emergências. A ETA pode ser transportada com facilidade e pelo menos oito estados brasileiros já dispõem dessa estação.
“A Funasa possui também outras tecnologias de tratamento de água, que podem ser verificadas em nosso site”, concluiu Batalini.
Ranato Rossetto, gerente de Operação de Esgoto da Sanasa, fechou a mesa-redonda expondo uma estação de tratamento de esgoto modelo, que se utiliza de membranas de ultra filtração. Uma metodologia moderna, que substitui de modo eficaz decantadores, flotadores e filtros de areia, encontrados em plantas convencionais de tratamento de efluentes.
Rossetto explicou que as membranas se assemelham a fios de macarrão, com miolos ocos, por onde o esgoto é filtrado. Ele disse que o processo tem todo um mecanismo que impede que as membranas sejam entupidas, por meio de retro lavagens e aerações, que acontecem automática e periodicamente.