A intensa programação do 48º Congresso Nacional da Assemae na tarde de segunda-feira (28/5), contou com a realização da mesa-redonda que debateu as “Mudanças climáticas, enfrentamento da crise hídrica e convivência com a seca”, sob a coordenação de Ronaldo Nunes, presidente da Assemae Regional Nordeste IV e diretor do SAAE de Jaguaribe (CE).
O palestrante Hypérides Pereira de Macedo, professor de recursos hídricos e membro da Academia Cearense de Engenharia, afirmou a necessidade das políticas de conservação do solo para preservar a natureza. Ele também esclareceu o conceito de barragem subterrânea, uma tecnologia de captação e armazenamento da água de chuva para produção de alimentos, que permite a plantação mesmo em época de estiagem.
Em seguida, o assessor da Presidência da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (COGER), Gianni Peixoto Bezerra Lima, destacou o monitoramento da infraestrutura hídrica no estado e a evolução do volume de armazenamento de água. Além disso, mostrou algumas ações que já beneficiaram 68 cidades cearenses, dentre elas, a implementação do comitê integrado de contingência da seca, que reúne diversos órgãos públicos para planejar e monitorar os impactos da crise hídrica.
O coordenador nacional do Programa Água Doce e diretor de Revitalização de Bacias Hidrográficas e Acesso à Agua da Secretaria Nacional de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Renato Ferreira, falou sobre o Programa Água Doce, que tem como objetivo estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para o consumo humano, incorporando cuidados técnicos.
Para o superintendente de planejamento de Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas (ANA), Sergio Ayrimoraes, a segurança hídrica envolve um amplo leque de ações, incluindo as de caráter regional, direcionadas para o atendimento de todas as demandas setoriais previstas nos objetivos do Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), além de medidas específicas para centros urbanos e soluções locais à população rural.
O diretor da Unidade de Negócio do interior da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), Helder Cortez, apresentou a experiência do Sistema Integrado de Saneamento Rural (SISAR). A iniciativa faz a gestão compartilhada de 1.419 comunidades e visa garantir, a longo prazo, o desenvolvimento e manutenção dos sistemas implantados pela companhia estadual de forma autossustentável. Cada um desses sistemas constitui uma Organização da Sociedade Civil (OSC) sem fins lucrativos, formada pelas associações comunitárias representando as populações atendidas.
Segundo o diretor executivo técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Morada Nova (SAAE/CE), Valdenis Rabelo Coutinho, o Ceará vem atravessando, desde o ano de 2012, uma das mais intensas secas, com índices pluviométricos abaixo da média histórica. De acordo com o palestrante, a escassez de água potável no município e distritos do interior cearense é um problema que vem historicamente desafiando a sociedade e as autoridades governamentais.