A cerimônia de abertura do 49º Congresso Nacional de Saneamento da Assemae reuniu em Cuiabá as principais autoridades do setor de saneamento básico, incluindo gestores públicos e técnicos de municípios de todas as regiões do Brasil. Com o auditório lotado de participantes, a solenidade ocorreu na segunda-feira (6), ressaltando o papel dos municípios para os avanços do saneamento básico de qualidade.
“O Brasil tem como meta universalizar o serviço, e o papel de nossa associação é defender, onde e quando for necessário, o saneamento público com gestão de qualidade. Não aceitaremos retrocessos nem barreiras rumo a nossa meta”, ponderou o presidente da Assemae, Aparecido Hojaij.
Christianne Dias Ferreira, diretora da ANA, salientou em sua fala que a agência está focada em somar. “Criamos um grupo de trabalho, estamos coletando informações junto às agências reguladoras em funcionamento e sabemos da necessidade de consulta aos municípios. Estamos nos preparando para esse novo marco regulatório, que busca trazer mais segurança jurídica ao setor e, assim, abrir o caminho para mais investimentos públicos e privados”, comentou.
Ronaldo Nogueira de Oliveira, presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) destacou os números do que chama “Brasil real”: 35 milhões de brasileiros ainda sem acesso à água potável e mais de 100 milhões de pessoas sem tratamento de esgoto. Responsável por viabilizar o saneamento básico de municípios com até 50 mil habitantes, além das áreas rurais, a Funasa tem convênios assinados que somam aproximadamente R$ 8 bilhões de investimento em obras. “Estamos empenhados em dar efetividade a essas obras porque, além do serviço propriamente dito, significa geração de empregos”, pontuou.
A busca por recursos para investimento no setor também esteve presente no pronunciamento do presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), Mauro Kreuz. “Só há um caminho para isso: gestão profissional. Nosso papel em participar de um evento como este congresso é incentivar a adoção de uma visão mais sistêmica do setor. Existem recursos, mas para buscá-los, é preciso que haja governança e bons projetos”, observou.
Representando os municípios de Mato Grosso que fazem diretamente a gestão do saneamento público, o prefeito de Rondonópolis, Zé Carlos do Pátio, abriu as falas da noite lembrando da decisão de manter o serviço com a prefeitura. “Hoje, temos o que comemorar. Alcançamos 90% de cobertura de rede de esgoto, estamos viabilizando uma nova estação de tratamento de água e contamos com cooperativas que fazem a coleta seletiva do lixo”, enumerou.
A parceria é um dos caminhos para os bons resultados. Paulo Jorge Zeraik, diretor administrativo da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa) de Campinas (SP), destacou a construção de uma ação conjunta com o município vizinho, Valinhos, para melhorar os índices de tratamento de esgoto. “Ajudando Valinhos, estamos garantindo água mais limpa para nós. Essa parceria é importante para termos gestão mais eficiente”, exemplificou.
O 49º Congresso Nacional de Saneamento da Assemae prossegue até esta sexta-feira (10) no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá. O evento marca os 35 anos de criação da Assemae e os 300 anos da capital mato-grossense. Considerado o maior evento municipalista da área de saneamento, o congresso tem previsão de reunir mais de 2 mil participantes em uma programação que inclui mesas-redondas, painéis, minicursos, apresentações de trabalhos técnicos, exposições de tecnologia e feira de saneamento básico.
Mais informações: www.assemae.org.br/congressonacional.