Dentre as atividades realizadas na manhã desta quarta-feira, 21 de junho, no 47º Congresso da Assemae, foi realizada mais uma mesa-redonda abordando o ‘Programa nacional de saneamento rural’. O presidente da Assemae Regional Nordeste IV e diretor do SAAE de Jaguaribe (CE), Ronaldo Nunes, foi o coordenador do debate.
O coordenador substituto de saneamento em áreas rurais e comunidades tradicionais da Funasa, Alfredo Guerra da Costa Machado, comentou sobre os aspectos gerais do saneamento rural do Brasil. Para conseguir atender aos 72% da população rural no país, foi criado o Programa Nacional de Saneamento Rural. O PNSR é um programa que estabelece diretrizes e estratégias de universalização do saneamento básico em áreas rurais no Brasil. “Esse processo se dá por meio de estratégias que garantam a equidade, integridade, intersetorialidade, sustentabilidade dos serviços e da participação social”, salientou.
A professora de Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG), Sonaly Cristina Rezende Borges de Lima, abordou a questão no ponto de vista mais acadêmico, sobre a produção do conhecimento e desenvolvimento de estratégias. Segundo a professora, ‘a universidade tem o papel de produzir conhecimento incorporando a diversidade de saberes para pensar localmente e agir globalmente’.
Já a coordenadora da Câmara Temática de Saneamento Rural da ABES, Mônica Bicalho Pinto Rodrigues, apontou o desenvolvimento de acompanhamento realizado pela associação. A Câmara trabalha para o fortalecimento do setor a partir da troca de experiências e entrosamento dos técnicos de áreas rurais. “A Câmara Temática articula debates, fóruns e seminários para disseminar e ampliar o conhecimento sobre gestão, política e diretrizes relativas ao saneamento rural”, explicou Mônica.
Para Mônica, entre os desafios encontrados para a implementação do saneamento em áreas rurais estão a necessidade de diminuir a desigualdade social e econômica; estabelecer políticas públicas na área e vencer as dificuldades financeiras. E para contornar essa situação, Mônica destaca que é preciso ampliar a infraestrutura nas zonas rurais; promover uma gestão transparente; compartilhar experiências e difundir as melhores práticas e aumentar o controle e participação social.
A química do Saae de Marechal Cândido Rondon, Mirta Schlindwein Lucas, apresentou o modelo de saneamento rural que é realizado no Paraná. O que motivou a implementação do sistema foi a necessidade de atender as residências que eram abastecidas por poços rasos ou minas com alto índice de contaminação, o que provocava diversas doenças.
A palestrante explicou que o saneamento rural é gerenciado pelo Saae e por associações, que fica com a operação, manutenção, cobranças, tratamento, controle de qualidade de água e demais atividades para o funcionamento do dos sistemas. “O Saae é responsável por prestar assistência técnica e zelar pela qualidade, pontualidade e demais condições dos serviços públicos de saneamento básico”, explicou.