Em atividade realizada no gabinete do prefeito de São Leopoldo (RS), Ary Vanazzi, na tarde desta segunda-feira (30), o diretor-geral do Semae, Anderson Etter, apresentou o detalhamento do projeto da sexta Estação de Tratamento de Esgotos do município. Para a execução da obra orçada em R$ 80,5 milhões, a autarquia depende da liberação de recursos federais. “O processo licitatório já foi finalizado, já temos a empresa contratada e até mesmo a licença de instalação emitida pela Fepam. Porém, há cerca de três meses, a Secretaria Nacional de Saneamento nos informou que não há orçamento que permita a liberação dos recursos necessários. Fomos então orientados a estabelecer pressão política e social para obter o repasse. Com esta finalidade, estamos lançando o Movimento Pró ETE Pradinho“, explicou Etter.
Segundo o diretor, São Leopoldo é hoje a cidade da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos que mais trata esgotos. Atualmente, o índice de cobertura é de 41,26%. Com a implantação da nova ETE, a autarquia atingirá a marca de 63,89%. “Com nossas cinco estações de tratamento, somos o município que mais investe nesta área na região. Isto está diretamente ligado à recuperação do nosso Rio e, sobretudo, à saúde e à qualidade de vida da nossa população”, comentou.
Com apoio já manifestado pelo Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos), pelo Consórcio Pró-Sinos, pela Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae) e pela Associação Brasileira de Municípios (ABM), o Movimento agora quer alcançar a validação da sociedade. “É necessário que as entidades se envolvam e que todos os partidos se engajem nesse projeto. São Leopoldo tem demonstrado que é possível, sim, fazer saneamento público, de forma sustentável e, sobretudo, com eficiência. A ETE Pradinho vai transformar a vida de, pelo menos, 78 mil pessoas”, defendeu Etter.
Presente no encontro, o vereador Nestor Schwertner, que dirigiu o Semae até abril deste ano, destacou o protagonismo da autarquia. “Em 2017, nós encontramos um serviço sucateado. Trabalhamos muito para recuperá-lo e hoje estamos falando de um importante investimento, necessário para o desenvolvimento da cidade de São Leopoldo. Portanto, precisamos agregar forças para materializar essa grande realização. A ETE Pradinho é fundamental para a universalização do saneamento”, afirmou.
O diretor técnico do Pró-Sinos, Hener de Souza Nunes Júnior, também pontuou a importância da obra, expressando a concordância do Consórcio para sua execução. “Nosso País registra um momento de carência de saneamento. Então, qualquer movimento que se faça no sentido de ampliar essa rede de atendimento tem que receber apoio. O saneamento é absolutamente necessário. Por isso, temos total interesse em ver esse projeto evoluir”, fundamentou.
Em sua fala, o prefeito Ary Vanazzi lembrou o trabalho de recomposição realizado no Semae desde 2017. “Vivemos um período de descaso com a gestão pública em São Leopoldo. Quando chegamos, tinha Estação de Tratamento de Esgotos sucateada, quebrada, sem funcionar. Conta de energia acumulada. Se a cidade não tivesse vivido esse retrocesso, talvez essa obra já estivesse em andamento ou até mesmo concluída. Pela importância que tem, a ETE Pradinho exige que a gente faça uma grade articulação para conseguir liberar os recursos em Brasília. Queremos chegar aos 200 anos do nosso município atingindo essa marca no tratamento de esgotos”, defendeu.
O Projeto
A obra da ETE Pradinho é dividida em duas etapas. Na primeira, está prevista a implantação de 32 quilômetros de redes coletoras, a instalação de uma Elevatória na Avenida João Alberto e a construção da Estação de Tratamento de Esgotos na Avenida João Corrêa. Nesta fase, serão feitas 4.560 novas ligações em partes ainda não atendidas do Morro do Espelho, do Fião, da Vicentina e do Padre Réus. No segundo estágio, devem ser implantados mais 65 quilômetros de redes coletoras. Outra Elevatória deve ser instalada na Avenida Mauá. Estão previstas 6.983 novas ligações no Cristo Rei, na Vila Tereza, na Duque de Caxias, na Batista, na Vila Otacília e na Cohab Duque. Com custo total de R$ 80,5 milhões, a ETE Pradinho atenderá cerca de 78 mil habitantes. Seu prazo de execução é de 35 meses.
O Sistema
Atualmente, o município de São Leopoldo conta com cinco Estações de Tratamento de Esgotos (Distrito Industrial, Feitoria, Tancredo Neves, Tarcílio Nunes e Vicentina); 19 Elevatórias de Esgoto Bruto e 133,5 mil metros de rede implantada.
Fonte: Semae São Leopoldo