Na noite desta segunda-feira (30/11) ocorreu a abertura do 1º Seminário Desafios do Saneamento, promovido pela Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae) - Regional Rio Grande do Sul. A solenidade, na sede da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (FAMURS), em Porto Alegre, busca incentivar a troca de experiência entre os serviços gaúchos de saneamento básico, como forma de desenvolver o setor na gestão pública municipal.
Compuseram a mesa de abertura o presidente nacional da Assemae e palestrante da noite, Aparecido Hojaij, o presidente da Assemae RS e diretor-presidente do SAMAE de Caxias do Sul, Edio Elói Frizzo, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, o 2º vice-presidente da Assemae Nacional e diretor-geral do DMAE de Porto Alegre, Antônio Elisandro de Oliveira, e o vice-presidente da FAMURS e prefeito de Araricá, Sérgio Machado.
Frizzo agradeceu a presença de todos e destacou o objetivo do encontro. "Quando nos propomos a realizar este seminário, nos questionamos se era o momento propício para esta discussão, considerando o atual cenário nacional e os projetos que pararam no meio do caminho devido à crise. Mas, essa parceria com a FAMURS e a presença dos painelistas, nos motivou a promover este debate, principalmente a nós que temos uma visão municipalista do tema. Temos muitos cases de sucesso para abordar nesta noite", enfatizou.
Já o prefeito da capital, José Fortunati, destacou que o seminário ocorre no momento em que Paris recebe a Cop 21 e abre as portas para o debate mundial sobre sustentabilidade. "É impossível falar de sustentabilidade, pensar num mundo melhor com foco nas pessoas e na qualidade de vida, sem considerar como prioridade o saneamento básico. E as soluções nessa área recaem cada vez mais sobre os municípios. Estamos falando de investimentos pesados, que sofrerão impactos com a crise. Mas devemos ter criatividade, gerir os recursos com eficiência e continuar avançando", afirmou. Ele lembrou que, em 2015, o papa Francisco convocou 65 prefeitos para uma reflexão sobre a encíclica papal e os cuidados com o meio ambiente. "O Vaticano compreendeu que os municípios têm esse papel fundamental na promoção do desenvolvimento sustentável. Ou todos nos envolvemos com o tema, ou não conseguiremos achar soluções", concluiu.
Reafirmando as palavras de Fortunati, o diretor-geral do Dmae, Elisandro de Oliveira, ressaltou que saneamento básico é considerado um direito humano pela ONU. Em seguida, ele apresentou a nova edição da revista ECOS. Nesta publicação, a revista aborda dois assuntos principais: as políticas públicas para redução nas perdas de água e a coleta de esgotos em redes próprias.
Palestrante da noite, o presidente nacional da Assemae, Aparecido Hojaij, lembrou que o seminário é uma oportunidade para debater os avanços na área de saneamento e conhecer a realidade do estado. "Este debate é propício para destacarmos as conquistas que alcançamos nos últimos anos. É o momento ideal para discutir, principalmente, a política pública do saneamento que precisa, fundamentalmente, de recursos públicos para ser mantido", enfatizou. Além disso, Hojaij explanou sobre a Associação, suas defesas, bem como o Plano Nacional de Saneamento Básico e, lembrou sobre a ligação direta que o saneamento tem com a saúde e com a qualidade de vida da população.
O prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa, debatedor do painel, salientou os investimentos do SAMAE e da importância de uma equipe qualificada à frente do Serviço. "O primeiro ponto para ter um serviço que dê certo, é ter uma equipe comprometida e qualificada. Depois, o investimento forte e focado é fundamental. Assim como a limpeza urbana e a destinação correta dos resíduos pela CODECA, a drenagem urbana pela Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SMOSP) e a fiscalização e licenciamento pleno da Secretaria do Meio Ambiente (SEMMA). Com esse trabalho conjunto e com os investimentos na área, atingimos índices europeus de saneamento. Fomos eleitos pelo Instituto Trata Brasil como a 1ª cidade do RS no ranking nacional de saneamento e recebemos o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2015 - 1º Lugar na Categoria Gestores Públicos, com o projeto Água Limpa, por preservar as fontes no interior", enfatizou salientando os recursos investidos no Sistema Marrecas que já somam mais de R$ 250 milhões.
O seminário continua nesta terça-feira (01.12) com seis painéis incluindo os temas: Cenário dos serviços de saneamento no RS; serviços de saneamento nas regiões metropolitanas; gestão associada do saneamento nas regiões metropolitanas; criação de serviços municipais, titularidade, contratos e planos municipais de saneamento; agências intermunicipais de regulação do saneamento – cases se consórcios; a sustentabilidade e a integração prática das diferentes modalidades do saneamento: água, esgoto e resíduos sólidos; serviços autônomos de drenagem e resíduos sólidos.
Fonte: Assemae Rio Grande do Sul