Associe-se

A Assemae representa os prestadores municipais de saneamento básico. Preencha sua ficha de adesão aqui. 
Saiba como se associar
20 de Junho, 2017

Palestra de Léo Heller lota auditório do 47º Congresso

Professor abrilhantou a noite da abertura oficial do evento realizado em Campinas – SP

A noite de segunda-feira, 19/6, contou com a palestra do professor e relator especial dos Direitos Humanos à Água e ao Esgotamento Sanitário das Nações Unidas, Léo Heller. Diante do auditório lotado, o pesquisador falou sobre o “Saneamento básico como direito humano fundamental”.

Inicialmente, Heller apresentou um resumo sobre as origens das normas legais que asseguram o direito humano à água e ao esgotamento sanitário. Foi citado o artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, que afirma que “todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde e bem-estar”. Além disso, os outros marcos legais citados por Heller foram o Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 1966; a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança; a Convenção sobre a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres e a Assembleia Geral das Nações Unidas, realizada em 2010 e em 2015.

O professor lembrou que os Estados-Membros das Nações Unidas reconheceram explicitamente o direito humano à água e ao saneamento na Assembleia Geral, e isso quer dizer que todas as pessoas, sem discriminação, devem ter acesso à água potável e ao saneamento.

Heller ressaltou que ainda há muito a ser feito para tornar este direito uma realidade para todos, para ter um mundo onde o acesso universal à água, ao saneamento e à higiene seja atingido por todos os que vivem, inclusive, em áreas não legalizadas.

Outro problema apontado durante a palestra é que, segundo o professor, o acesso à água segura e ao esgotamento sanitário não está disponível da mesma forma para homens, mulheres e outras identidades de gênero, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) coordenado por ele. Outra constatação é que em quase todas as localidades onde há falta ou má distribuição de serviços de saneamento, são as mulheres que coletam água para manter a higiene do lar, o que as prejudica claramente.

Heller frisou que o estudo é importante para orientar políticas públicas voltadas para serviços de água e esgoto, pois, a legislação e as políticas públicas, quando são neutras em relação à questão de gênero, acabam favorecendo os homens.

A recomendação do relatório é que as políticas incluam mulheres e grupos marginalizados na tomada de decisões do planejamento e políticas e leis de saneamento, monitoramento e avaliação, além de sugerir que os governos criem um sistema de indicadores de gênero para melhorar a coleta de dados desagregados por sexo e outros fatores relevantes, que são necessários para avaliar o impacto e a efetividade das políticas que visam à igualdade de gênero e ao fortalecimento da fruição dos direitos das mulheres à água e ao esgotamento sanitário.

Por fim, Heller destacou a importância da realização do 47º Congresso Nacional da Assemae para os avanços no saneamento, agradecendo a oportunidade de participar do evento.

Última modificação em Terça, 20 Junho 2017 09:42
Mais nesta categoria:
ASSEMAE © 2024 | Todos os direitos reservados Desenvolvido por Trídia Criação