Boletim hidrometeorológico divulgado pela Defesa Civil de Santa Catarina, em parceria com a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS), mostra que alguns municípios do Estado estão em situação crítica de abastecimento de água, por causa da estiagem prolongada.
Conforme o boletim, a situação é considerada crítica quando os mananciais utilizados para abastecimento estão afetados significativamente e as ações e intervenções de infraestrutura hídrica não estão sendo suficientes para minimizar os efeitos da estiagem no abastecimento.
Em se tratando de Jaraguá do Sul, a diretora presidente do Samae, Evânia Duarte Liebl, informa que, por enquanto, não há risco de desabastecimento de água no município devido à estiagem, principalmente por conta dos investimentos que a autarquia da Prefeitura fez nos últimos anos para melhorar os sistemas de captação, tratamento e distribuição de água. Somente no ano passado e em 2020, são mais de R$ 23 milhões investidos, por meio do Plano de Ampliação de Saneamento, em obras que contemplam ampliação e substituições de redes, construção de reservatórios, estações de recalque e outras medidas relacionadas ao controle de perdas.
Antes disso, em 2018, o Samae colocou em operação uma das mais modernas estações de tratamento de água de Santa Catarina. A ETA Central possui capacidade para tratar até mil litros de água por segundo. Atualmente, trata água para cerca de 78% do município e foi projetada para atender a demanda pelos próximos 30 anos, pelo menos. Além disso, a ETA Sul, no Garibaldi, encontra-se numa bacia hidrográfica que garante água para captação e tratamento mesmo em períodos críticos como este vivido no Estado. “Logicamente, sempre recomendamos que a população evite o desperdício de água, seja economizando na hora de tomar banho, evitar lavação de veículos e calçadas, enfim, nas atividades cotidianas”, orienta a presidente.
O Coordenador das Estações de Tratamento de Água, Erick Gustavo da Costa, informa que as captações dos chamados sistemas independentes encontram-se em situação mais delicada. No entanto, com os investimentos do PAS, foram desativadas quatro destas unidades, eliminando um problema de mais de 20 anos para moradores das partes mais altas dos bairros Rio Molha, Boa Vista parte da Ilha da Figueira, da Vila Nova e da Barra do Rio Molha. “Estes bairros tinham suas captações de água de ribeirões e sofriam muito com a falta de chuva. Com a construção de estações de recalque, essas captações foram desativadas e agora os moradores são atendidos pelas ETAs Central e Sul”, explica. “Antes disso, éramos obrigados a abastecer os reservatórios com caminhão pipa e muitas vezes a população ficava sem água”, completa.
Quanto ao armazenamento temporário de água, foram construídos 11 novos reservatórios, aumentando em mais de 6,3 milhões de litros a capacidade de reservação. Neste projeto, está o maior reservatório de água potável do município, localizado na Vila Baependi. Devido ao prolongamento da estiagem, o Samae trabalha para colocar em funcionamento este reservatório o mais breve possível. Na manhã desta quarta-feira (22), uma equipe fez a limpeza e desinfecção interna do tanque, que começará a ser abastecido ainda nesta semana. “Com mais quatro milhões de litros de água potável, teremos mais segurança no abastecimento aos bairros Czerniewicz, Vila Baependi, Vila Lalau, Centenário e parte do Amizade”, diz a presidente da autarquia.
Fotos: Rogério Tallini/SamaeJS: Novo reservatório R3 está pronto para entrar em operação