Promovida pelo Samae de Gaspar, a palestra “A importância da instalação e manutenção do sistema individual de tratamento de esgoto” aconteceu na noite desta quarta-feira (23), na Câmara de Vereadores. O evento precursor no município faz parte da Semana da Água do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí, que este ano trata do tema “Água limpa somente com esgoto tratado”. Na ocasião, compareceram moradores e autoridades do setor de saneamento.
A doutora e coordenadora do programa de pós-graduação de engenharia ambiental da Universidade Regional de Blumenau (Furb) e presidente da Câmara de Assessoramento do Comitê do Itajaí, Noemia Bohn, apresentou dados estatísticos sobre a abrangência do tratamento de esgoto em âmbito nacional, estadual e regional. Ela ainda explicou aos participantes as cláusulas do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) esgotamento sanitário, assinado por 21 municípios da bacia do Rio Itajaí, e mostrou o acompanhamento, feito pela Furb, de quais deles estão cumprindo o acordo.
Um novo método, que visa quantificar o número de residências que possuem fossa séptica, foi exposto pelo engenheiro ambiental e consultor técnico do Comitê do Itajaí, Willian Goetten. O especialista comentou sobre as dificuldades encontradas no município de Benedito Novo, onde o método foi aplicado pela primeira vez. “Muitas pessoas não sabem onde está a fossa dentro de sua própria casa. Tivemos que ter o cuidado de não aceitar respostas com tom de dúvida e, se preciso, explicar a diferença entre caixa de gordura e fossa”, conta.
Ao final das apresentações dos palestrantes convidados, o fiscal de saneamento do Samae, Cícero Amaro, mostrou a função da autarquia de fiscalizar se os novos imóveis estão instalando a fossa séptica de forma correta, ou seja, de acordo com projeto aprovado pela Secretaria de Planejamento. E reforçou, que enquanto o município de Gaspar ainda não possui rede separadora de efluentes e Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), todos os imóveis devem dispor do sistema de fossa séptica e filtro anaeróbio - de acordo com a Lei Municipal 1155/1988. “Não podemos permitir a deterioração dos nossos recursos hídricos, e para isso temos que tratar nosso esgoto antes dele chegar aos rios”, conclui.
Se aprovado pelo Ministério Público, o método desenvolvido pelo Comitê do Itajaí, em parceria com a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) e o Instituto Furb, poderá ser aplicado pelos próprios municípios nas cidades do Alto e Médio Vale e Foz. O seminário, para apresentação dos resultados obtidos em Benedito Novo, será realizado em Blumenau no dia 6 de outubro. Além de ser uma importante fonte de dados, o método auxilia o cumprimento das exigências do TAC.
Fonte: Samae Gaspar