12 de Dezembro, 2015

9º STSA destaca desafios do controle de perdas

O tema foi debatido na última mesa-redonda do 9º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental. 

A última mesa-redonda do 9º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental abordou um dos principais desafios para o setor no Brasil: o controle de perdas de água nos sistemas de abastecimento. A discussão ocorreu na sexta-feira, 11/12, em Campinas (SP), sob a moderação da superintendente da SAAE de Atibaia (SP) e vice-presidente da Assemae Regional de São Paulo, Fabiane Cabral da Costa Santiago.

Com a presença de técnicos, gestores públicos e fornecedores de tecnologias, o debate foi desenvolvido pela gerente de Controle de Perdas e Sistemas da Sanasa de Campinas, Lina Cabral Adani, além da representante da Rede Brasileira do Pacto Global - Movimento pela Redução de Perdas de Água, Sônia Karin Chapman.

Referência nacional no combate às perdas, a engenheira Lina Cabral apresentou o programa da Sanasa implantado em 1994, que reduziu de 40% para 20% a porcentagem de água que não chega à população. Segundo ela, o programa desenvolve atividades como o mapeamento urbano das redes de abastecimento, indicadores de desempenho, macromedição, micromedição, controle de pressão e readequação das redes e ligações de água. “As ações foram implantadas com o objetivo de alcançar a melhoria contínua”, disse.

Graças ao controle de perdas, a Sanasa economizou em 20 anos o montante de 770 milhões de reais e deixou de retirar dos reservatórios 400 milhões m³ de água. “Sem a redução das perdas, seria preciso retirar dos reservatórios, em 2014, um volume de água correspondente ao abastecimento de Campinas por quatro meses. Só que no ano passado a região passava por uma forte crise hídrica e, certamente, não teríamos essa disponibilidade de água. Com o investimento na redução de perdas, felizmente passamos ilesos pela crise hídrica”, destacou.

Segundo Sônia Chapman, a cada ano, 6,5 bilhões de metros cúbicos de água são desperdiçados nos sistemas de distribuição urbanos em todo o país. Isso representa, aproximadamente, 39% de toda a água produzida para o consumo no Brasil. Na tentativa de reverter esse quadro, a Rede Brasileira do Pacto Global lançou em novembro de 2015 a campanha “Menos perda, mais água”, que pretende chamar a atenção da sociedade para a importância do tema.

O movimento traçou uma linha de atuação até 2030, incluindo o diagnóstico dos municípios em relação às perdas de água, a capacitação dos profissionais do setor, e a elaboração de uma cartilha com algumas experiências exitosas brasileiras, a exemplo da Sanasa. “Estamos abertos à participação dos vários atores sociais, buscando a garantia da disponibilidade e manejo sustentável da água e do saneamento para todos”, frisou.

O 9º Seminário de Tecnologia em Saneamento Ambiental foi realizado pela Assemae, com o patrocínio do Ministério das Cidades, Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e empresa Koch Membrane Systems. A programação teve palestras, apresentações de tecnologias e feira de saneamento no formato de mesas, no período de 09 a 11 de dezembro.

Última modificação em Domingo, 13 Dezembro 2015 00:13
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