Valinhos e Campinas (SP) assinaram na quarta-feira, 7 de julho de 2021, uma parceria inédita e importante, que viabilizará o projeto de ampliação e de modernização da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Capuava. A colaboração é resultado de um trabalho que será promovido conjuntamente pelo Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV) e pela Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (SANASA).
Estiveram no encontro – realizado na sede da SANASA e que oficializou a parceria – o vice-prefeito de Valinhos, Osvaldo Luiz de Rocco, representando a prefeita Capitã Lucimara; o presidente do Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos (DAEV), o engenheiro Feliph C. Tordin; o prefeito de Campinas, Dário Saadi; o vice-prefeito de Campinas, Wanderley de Almeida (Wandão); o presidente da SANASA, Manuelito Pereira Magalhães Júnior; e o secretário de saneamento do Ministério do Desenvolvimento Regional, Pedro Ronald Maranhão Braga Borges.
Para o vice-prefeito, o momento é histórico. “A parceria entre os dois municípios é inédita no Estado de São Paulo e, por meio dela, a cidade conseguirá ampliar e melhorar sua capacidade de tratamento de esgoto, vindo ao encontro ao Plano de Governo da prefeita Capitã Lucimara. Além disso, essa ação conjunta poderá servir de base para outras parcerias entre cidades no Estado”, disse Rocco.
O presidente da autarquia, o engenheiro Feliph C. Tordin, explicou que a parceria entre o DAEV e SANASA permitirá que Valinhos dê um salto de qualidade no tratamento de esgoto e, ainda, colaborará à captação de água a longo prazo. “É uma tecnologia que garantirá que a água devolvida ao Rio Atibaia pela ETE Capuava seja de melhor qualidade, com alto nível de pureza”, disse.
A solução conjunta e voltada ao saneamento na região beneficiará, ainda, a Bacia Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) e todos os municípios que fazem a captação de água para abastecimento abaixo de Valinhos e Campinas. É resultado de um projeto elaborado pelos dois municípios e que contou com o apoio direto do Grupo de Atuação Regionalizada de Defesa do Meio Ambiente (GAEMA), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP); pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pela Agência Reguladora dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (ARES-PCJ).
O projeto
A iniciativa prevê investimentos e troca de tecnologia entre os municípios para melhorar e ampliar a qualidade do tratamento de água e esgoto às cidades. Estão previstos investimentos de R$ 150 milhões, a serem divididos entre as cidades, com recurso proveniente da SANASA e parte financiada por meio da Caixa Econômica Federal.
Na ETE Capuava os investimentos serão voltados à estrutura, adequando para que ela seja capaz de produzir água de reuso com tecnologia de ponta, além de ampliar a capacidade de tratamento e eliminar odores. Valinhos e Campinas também trabalharão com o objetivo de melhorar a qualidade do efluente lançado no Ribeirão Pinheiros, no ponto de captação que abastece 95% do município vizinho e que fica a 1,5 quilômetro do ponto de captação de água bruta de Campinas no Rio Atibaia.
A estimativa inicial é que o projeto leve 36 meses para ser concluído após o início das obras. Agora, com a nova tecnologia de tratamento a ser implementada, a estimativa é que a ETE Capuava passe a ter a capacidade de tratar 400 litros de esgoto por segundo, sendo 300 litros coletados em Valinhos e 100 litros produzidos em Campinas, na região do Samambaia.
Localizada na Rodovia Flávio de Carvalho, no bairro Capuava e às margens do Ribeirão Pinheiros e deságua no Rio Atibaia, a ETE Capuava trata atualmente mais de 554 mil m³ de esgoto por mês, com média de 215 litros por segundo (dependendo do período do dia).
Além de aumentar a capacidade de tratamento, a iniciativa ajudará a reduzir custos com a captação e tratamento de água em Campinas, pois o recurso bruto a ser captado no município vizinho terá mais qualidade. “O projeto ainda prevê a produção de água de reuso, para ser utilizada em situações diversas, tais como refrigeração de equipamentos, em processos industriais, produção de energia, irrigação de jardins e lavagem de ruas. Ou seja, é uma ação que permitirá um uso bem mais sustentável do recurso”, explicou o presidente do DAEV.
Texto: DAEV Valinhos
Foto: Fernanda Sunega, da Prefeitura Municipal de Campinas (PMC)