Quais as melhores práticas para alcançar uma administração eficiente e focada na satisfação dos usuários? Para discutir o tema, o 48º CNSA promoveu o “Seminário de Gestão: modelos, estratégias e resultados” na tarde desta segunda-feira (28/5), no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza. A atividade, coordenada por Raimundo Dantas, diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Lucas do Rio Verde (MT), contou com a participação de palestrantes que apresentaram experiências exitosas na administração do setor de saneamento.
Para o consultor em gestão ambiental Waldo Villani Junior, o aspecto “gestão tarifária” é fundamental para o alcance de uma administração eficaz, no entanto, diversas instituições têm cometido equívocos quanto à implementação da cobrança. “Os serviços de água e esgoto no Brasil são precificados de forma irreal (...) Cerca de 95% dos recursos do prestador são providos pela tarifa, mas há um ‘populismo tarifário’ e um desconhecimento técnico para a sua formulação”, defendeu Waldo.
De acordo com o consultor, “a sustentabilidade econômico-financeira só é possível com redução de custos supérfluos, política tarifária adequada e gestão continuada”. Ele apontou como o método de cálculo mais indicado para a gestão tarifária o FCD – Fluxo de Caixa Descontado, utilizado para determinar o valor presente de uma empresa, um investimento ou um projeto com base no dinheiro que pode gerar no futuro.
Gestão eficaz inclui controle de processos
A necessidade de um planejamento estratégico e do intenso controle de processos para uma gestão eficaz foi defendida pela presidente da Companhia Águas de Joinville (SC), Luana Siewert Pretto. A empresa pública é referência em boas práticas de administração e já recebeu diversos prêmios.
Ela explicou que a companhia promove reuniões mensais para apresentação de indicadores e formulações de planos de ação. A empresa também conta com um Programa de Participação de Resultados, “que hoje tem estimulado o alinhamento e a sinergia entre os setores, de modo que todos consigam alcançar as metas propostas pela companhia”, explicou.
Aplicação eficiente de recursos
O desafio alcançado com o Programa de Despoluição do Rio Sorocaba foi apresentado por Mauricio Campanati, assessor técnico do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) do município, que possui 629 mil habitantes.
De acordo com Maurício, Sorocaba era banhada por um rio totalmente poluído, que ocupava 11km de extensão no trecho urbano. Após 21 anos, as águas deste mesmo rio têm múltiplos usos, inclusive para o abastecimento público. Entre as ações implementadas para a obtenção desta conquista, destaque para os recursos federais gerenciados pelo município e aportados por meio do Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas, da Agência Nacional das Águas, o que proporcionou melhoria da qualidade de vida da população da cidade.