Desde o final do ano passado, a população brasileira está sendo ameaçada pelo mosquito Aedes aegypti, o transmissor de doenças como a dengue, chikungunya e zika. Além do aumento dos casos de dengue, o Brasil sofre com a provável ligação do zika vírus ao surto de microcefalia, que atinge principalmente a região Nordeste. Diante desta realidade, a Assemae reitera a importância de garantir o acesso ao saneamento básico de qualidade, focando em ações que incentivem o armazenamento adequado de água, a destinação final do lixo e o tratamento dos esgotos.
De acordo com o presidente da Assemae, Aparecido Hojaij, a solução definitiva para combater o mosquito é o modelo de desenvolvimento urbano que prioriza o saneamento básico. “As doenças se multiplicam nos lugares onde falta saneamento adequado. Por isso, é preciso debater a questão da limpeza urbana e da oferta regular de água, investindo em ações preventivas frente ao aedes, como a conscientização da população e o planejamento dos serviços públicos”, completou.
Na luta pela saúde pública, cada brasileiro precisa fazer sua parte para impedir o nascimento do mosquito. Em menos de 15 minutos é possível realizar uma varredura e acabar com os recipientes de água parada, ambiente propício à procriação do pernilongo. Também é importante manter-se vigilante quanto à limpeza de casa e da vizinhança, cuidando para que pratinhos com vasos de plantas, lixeira, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e, até brinquedos, não sirvam de criadouro às larvas do mosquito.
Como se trata de um assunto que desperta uma série de dúvidas, o Governo Federal criou uma página na internet com informações detalhadas sobre o plano nacional de enfretamento ao aedes. Lá, é possível conhecer outras ações preventivas, os sintomas das doenças causadas pelo mosquito e as orientações para utilização de repelentes ou inseticidas. Acesse: Clique aqui.
O perigo do Aedes aegypti
Em 2015, foram registrados no Brasil 1,5 milhão de casos de dengue entre janeiro e novembro, um aumento de 176% em comparação ao mesmo período de 2014. Com a escassez hídrica, a população brasileira passou a armazenar mais água, o que provavelmente contribuiu para a proliferação do mosquito causador da doença. Também foram identificados, em 2015, mais de 17 mil casos suspeitos de chikungunya, sendo 6.726 confirmados.
Apesar do aumento nos casos de dengue, a ameaça do Aedes aegypti ganhou repercussão internacional devido à relação do zika vírus com o nascimento de bebês que possuem microcefalia. Segundo o Ministério da Saúde, estão sendo investigados 4.180 casos suspeitos da doença, com a confirmação de 270 deles.
Na tentativa de combater a propagação do zika vírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou na segunda-feira, 1º de fevereiro, estado de emergência sanitária mundial. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa em Genebra, na Suíça. A declaração, dada apenas em casos de ameaças globais, representa o maior nível de alerta da OMS.
A ausência de vacina contra o zika e de testes de diagnóstico confiáveis, somados à falta de imunidade na população dos países afetados pelo vírus, constituem fatores de preocupação para a OMS. O mais alto nível de alerta só havia sido dado em três outras ocasiões pela OMS: em 2009, com a epidemia da gripe H1N1; em maio de 2014, com o ressurgimento de uma forma de poliomielite na Síria e no Paquistão; e em agosto de 2014, devido ao ebola.
Para o Ministério da Saúde, a declaração da OMS vai facilitar a busca de parcerias em todo o mundo, reunindo esforços de governos e especialistas no combate à situação. Além do Brasil, os casos de zika foram registrados na França, Estados Unidos e El Salvador.