O Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março, traz para o debate internacional a importância de fortalecer as políticas públicas de saneamento básico, garantindo o abastecimento da população, com qualidade e em quantidades adequadas. A Assemae, que há 32 anos desenvolve uma agenda de atividades a favor do saneamento básico, se une aos municípios brasileiros na luta pelo direito humano à água, de forma democrática e sustentável.
A comemoração surgiu em 1993 como recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), durante a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, realizada no Rio de Janeiro. Este ano, o tema central que pauta os debates em todo o mundo é “Investir em água é investir em empregos”. No ano de 2003, o Brasil instituiu o seu Dia Nacional da Água, também celebrado em 22 de março.
A última década foi marcada por avanços significativos na promoção do acesso à água e ao saneamento básico, com a cooperação internacional sobre questões relacionadas aos bens naturais. Em dezembro passado, a ONU reconheceu o saneamento básico como direito humano distinto do direito à água potável, facilitando a compreensão do tema e fortalecendo a necessidade de instalações sanitárias seguras. No Brasil, os dados mais recentes mostram que o abastecimento de água chega a 93,2% da população urbana.
Entretanto, reconhecer o direito à água não significa que os problemas foram resolvidos. Segundo a ONU, estima-se que um bilhão de pessoas carece de abastecimento de água suficiente, especialmente os cidadãos mais pobres e marginalizados. Quase mil crianças morrem todos os dias por complicações da diarreia, ligadas à falta de água potável, saneamento precário e baixas condições de higiene. Além disso, a oferta de água limpa e segura diminui a cada ano em todo o mundo, sobretudo, por fatores como poluição dos mananciais, escassez de chuvas, urbanização acelerada e ausência de planejamento nas políticas públicas. A ganância do homem também provoca o desequilíbrio ambiental, que culmina em enchentes e desastres irreversíveis, a exemplo do rompimento das barragens de mineração no município de Mariana (MG).
Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento é o 6º dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, adotados pelas Nações Unidas em setembro de 2015, e que entraram em vigor no último dia 1º de janeiro. Para o presidente da Assemae, Aparecido Hojaij, essa meta só será alcançada a partir da implementação de investimentos públicos e do compromisso com o planejamento. “Quem executa as políticas de saneamento é o município, é lá que as obras acontecem, é lá que temos o tratamento da água. Por isso, deve haver uma comunhão de esforços entre o ente municipal, os estados e o Governo Federal, buscando a garantia de recursos e de assistência técnica, conforme prevê o Plano Nacional de Saneamento Básico, o Plansab”, destaca.
Dicas de uso racional da água
A água doce é um recurso finito do planeta Terra, com um processo de tratamento caro e criterioso. Por essa razão, utilize racionalmente a água e evite qualquer desperdício:
• Feche bem as torneiras após o uso. Torneira aberta em 1 minuto gasta 3 litros de água;
• Feche a torneira enquanto escova os dentes ou faz a barba. Uma torneira gotejando gasta 46 litros de água/dia, e uma torneira jorrando gasta de 25 mil a 45 mil litros/dia;
• Desligue o chuveiro para se ensaboar e reabra para se enxaguar;
• Evite banhos demorados. O chuveiro aberto em 15 minutos gasta 60 litros de água;
• Antes de lavar a louça, remova restos de comida dos pratos e das panelas, ensaboe e só abra a torneira para o enxague;
• Evite lavar as calçadas com mangueira. Elas podem ser varridas;
• Molhe plantas e jardins ao entardecer ou amanhecer. Isso evita a evaporação rápida da água. Utilize regador em vez de mangueira;
• Evite que as crianças brinquem de tomar banho com mangueira;
• Fique atento aos vazamentos em pias, chuveiros e vasos sanitários;
• Conserte imediatamente os vazamentos e fugas de água, trocando as partes danificadas das canalizações. Não faça remendos provisórios.