A Agência Nacional de Águas (ANA) publicou na terça-feira (20) o Informe 2016 do relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil. Esta nova edição atualiza a versão do ano anterior e dá amplo destaque aos efeitos da disponibilidade hídrica para os usos múltiplos diante da recorrência de secas históricas, em especial aquelas ocorridas no Semiárido brasileiro. A nova edição do Informe está disponível para download no site da ANA (clique aqui).
Atribuição conferida à ANA pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) por meio da Resolução nº 58/2006, o relatório pleno Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil é elaborado a cada quatro anos pela ANA, que também publica anualmente informes com atualizações de conteúdo – como é o caso desta versão, que traz dados e análises disponíveis até dezembro de 2015.
O Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil é fruto de um extenso trabalho feito com cerca de 50 instituições parceiras, disponibilizando a informação mais atual possível. Fazem parte dessa rede de instituições parceiras os órgãos gestores estaduais de meio ambiente e recursos hídricos, além de órgãos federais, como a Secretaria Nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Dividido em três grandes capítulos, o Informe 2016 traz informações relevantes sobre o estado da arte dos recursos hídricos no Brasil, relacionando-as com a disponibilidade hídrica e a gestão em território nacional.
Um dos apontamentos do Informe 2016 do Conjuntura diz respeito às anomalias de precipitações ocorridas em 2015, especialmente nas Regiões Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste, além de chuvas muito intensas na Região Sul do País. O ano 2015 foi marcado por elevadas precipitações principalmente no Sul do Brasil enquanto que várias partes do país registraram baixas precipitações, com probabilidade de ocorrência inferior a 1%, como ocorreu em Roraima, por exemplo. No Nordeste houve um aumento da intensidade da seca em relação ao registrado em 2014, com destaque para a severidade da seca observada no Maranhão e no Piauí.
De acordo com a publicação, apesar de o ano de 2015 não ter sido caracterizado como extremamente seco, ainda assim a recuperação do volume de água armazenado nos reservatórios brasileiros não foi satisfatória.
As vazões afluentes aos reservatórios das UHEs Sobradinho e Furnas, por exemplo, permaneceram próximas às vazões mínimas historicamente aferidas, considerando os registros históricos do período de 1931 a 2011. No Sudeste, o Sistema Cantareira e o Sistema Hidráulico do Rio Paraíba do Sul também não tiveram seus volumes de água armazenada recuperados em 2015. O relatório mostra também um deslocamento da seca da Região Sudeste para o norte de Minas Gerais.
Foto: ANA