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26 de Abril, 2017

Assemae coordena debate sobre resíduos especiais no IV EMDS

Palestrantes criticaram o acúmulo de responsabilidades para os municípios em serviços de limpeza urbana. 

A Assemae participou nesta quarta-feira, 26/04, em Brasília, da programação de debates do IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), que reúne lideranças e representantes das diversas pautas municipalistas até o dia 28/04. O secretário executivo da entidade, Francisco Lopes, foi moderador da sala temática sobre a gestão de resíduos sólidos especiais, que abordou os desafios atuais do setor no Brasil, como o excesso de responsabilidades por parte dos municípios e a falta de recursos para cumprimento das políticas públicas de limpeza urbana.

Na ocasião, Francisco Lopes criticou o acordo setorial de embalagens em geral, que, na prática, não resolve a problemática da logística reversa e também sobrecarrega os municípios com uma responsabilidade que é do setor privado. “O recolhimento da fração seca dos resíduos sólidos é uma atribuição do gerador, portanto, cabe às empresas devolver o produto à cadeia produtiva. Porém, são os municípios que estão fazendo este serviço e pagando a conta”, acrescentou. 

O debate também contou com a participação do diretor adjunto do Serviço de Limpeza Urbana do Distrito Federal (SLU/DF) e ex-presidente da Assemae, Silvano Silvério da Costa, que apresentou a experiência da capital Brasília, destacando o custo dos serviços de coleta manual e mecanizada de entulhos, cujo montante chega a quase dois milhões de reais por mês. Silvano reiterou, ainda, a ineficiência dos acordos setoriais em andamento no Brasil, que acabam jogando os maiores custos para os gestores públicos. “Os acordos setoriais precisam sair do papel e cumprir sua missão de melhorar a gestão de resíduos, considerando a correta divisão de responsabilidades entre os municípios e setor privado”, afirmou.

O palestrante Júlio Lima destacou a atuação da empresa de reciclagem TriCiclos, que desenvolve atividades para o equilíbrio social, ambiental e financeiro da sustentabilidade. Segundo ele, existe uma tendência global pela economia circular, um modelo que propõe o reaproveitamento sistemático de tudo que é produzido, ou seja, os resíduos são insumos para a criação de novos produtos.

O tratamento do chorume proveniente do lixo foi o enfoque da apresentação de Walter Plácido, diretor executivo da AST Brasil. O palestrante ressaltou os aspectos técnicos e econômicos do tratamento por osmose reversa, que trabalha com membranas de purificação para a separação do chorume em efluente tratado e efluente concentrado.

Por fim, o representante da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Odair Luiz Segantini, abordou os desafios da gestão de resíduos dos serviços de saúde, que ultrapassaram as 260 mil toneladas coletadas pelos municípios em 2015. Para o palestrante, o aumento do volume de resíduos se deve a fatores como o crescimento da população, maior quantidade de materiais descartáveis e menor durabilidade.

O IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável é uma realização da Frente Nacional de Prefeitos, sob o tema “Reinventar o financiamento e a governança das cidades”. O evento acontece de 24 a 28 de abril, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. 

Última modificação em Quarta, 26 Abril 2017 18:25
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