17 de Abril, 2015

Assembleia Nacional debaterá crise hídrica

Um dos pontos centrais da 45ª Assembleia Nacional da Assemae será o debate sobre a crise hídrica no Brasil

Um dos pontos centrais da 45ª Assembleia Nacional da Assemae será o debate sobre a crise hídrica no Brasil. Na terça-feira, 26/05, pela manhã, o segundo painel do evento abordará a interface do saneamento ambiental com as mudanças climáticas e a preservação hídrica. A expectativa é discutir alternativas para a garantia do abastecimento de água nos municípios, por meio de políticas planejadas e integradas.

Coordenado pelo presidente da Assemae, Silvio Marques, o painel terá a participação dos seguintes especialistas: diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo; presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), José Tadeu da Silva; coordenador geral de Operações e Modelagens do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), Eduardo Mendiondo; professor do Laboratório de Hidrologia e Estudos do Meio Ambiente (COPPE/RJ) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Paulo Canedo de Magalhães; e da analista técnica de Políticas Sociais do Ministério da Saúde, Jamyle Calencio Grigoletto, que integra a coordenação geral do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano.

O debate promete movimentar o evento, já que a crise hídrica é um dos temas mais atuais no Brasil. Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) revelam que mais da metade dos municípios brasileiros podem ser atingidos pela falta de água. Apenas em São Paulo, a crise afeta quase metade da população: 20 milhões de pessoas de 68 municípios, mais a capital.

De acordo com a ANA, o Brasil precisa investir aproximadamente 22 bilhões de reais em segurança hídrica. São necessárias obras para o aproveitamento de novos mananciais, adequações nos sistemas de produção de água, investimentos em coleta e tratamento de esgotos, além da redução nas perdas de águas.

Segundo Vicente Andreu Guillo, a crise hídrica deve alertar para a necessidade de aperfeiçoar a gestão da água. “Teremos que olhar para o aprendizado da crise, pois não queremos passar novamente por esse problema.” Ele também destaca a importância de aprimorar o processo de regulação. “Do jeito que está hoje, ninguém sabe quais são as regras que efetivamente regulam os principais reservatórios brasileiros”, comentou durante evento em Brasília, no dia 08 de abril.

Para Silvio Marques, a crise pode ser enfrentada atuando nas pontas de oferta e demanda. “Trabalhar na oferta significa diversificar as fontes de abastecimento, por meio de novos mananciais, reuso da água, aproveitamento da chuva, entre outros. Já na ponta de demanda, podemos controlar as elevadas e inaceitáveis perdas de água, além de incentivar o consumo racional dos recursos hídricos”, revela.

O prefeito de Poços de Caldas (MG), Eloísio do Carmo Lourenço, ressalta a importância do debate para auxiliar os municípios brasileiros. “Os gestores públicos estão preocupados com a crise, muitos não sabem o que fazer diante dela. Por essa razão, queremos que a Assembleia em nossa cidade seja o maior evento nacional para discutir a importância do planejamento do saneamento, integrado aos recursos hídricos”, enfatiza.

A 45ª Assembleia Nacional da Assemae acontece de 24 a 29 de maio, em Poços de Caldas (MG), com a presença de gestores públicos, técnicos, prestadores de serviço, estudantes, pesquisadores e demais profissionais relacionados ao saneamento básico. As inscrições estão abertas pelo site www.assemae.org.br/assembleianacional.

 

Última modificação em Quinta, 23 Abril 2015 13:03
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