Na terça-feira (08/10), o presidente da Assemae, Aparecido Hojaij, participou como palestrante do Seminário “A Despoluição dos Rios”, destacando o papel dos municípios para o tratamento dos esgotos. O evento ocorreu na capital paulista, com a iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Segundo Hojaij, o saneamento operado diretamente por municípios representa 25% do setor e atende cerca de 50 milhões de brasileiros. Em relação ao tratamento de esgotos, o presidente ressaltou que os serviços municipais estão à frente dos demais prestadores (estaduais e privados), quando considerada a extensão da rede de esgoto por ligação. “Enquanto a média nacional é de 9,9 m/ligação na rede de esgoto, os serviços locais de direito público registram o patamar de 11,9 m/ligação, ou seja, um valor 19,3% superior à media nacional”, afirmou.
O presidente da Assemae lembrou, ainda, que os serviços municipais também se destacam quanto aos níveis de atendimento em esgotamento sanitário, sobretudo, na questão da coleta. “Os serviços públicos operados diretamente pelos municípios conseguem coletar mais de 70% dos esgotos, superando novamente as companhias estaduais e privadas”, frisou.
De acordo com Hojaij, o atual desafio para os municípios é ampliar os índices de tratamento dos esgotos. “Assim como os demais prestadores, tratamos cerca de 50% do esgoto gerado e 60% do coletado. Por isso, temos que ampliar os investimentos públicos, implantar tecnologias para baratear o processo e promover a integração das políticas de saneamento com as de infraestrutura”, acrescenta.
Outra preocupação destacada pela Assemae foi a ocupação de áreas irregulares, especialmente próximo a mananciais. “Temos que pensar em uma solução conjunta para a população que vive em morros, favelas e áreas insalubres. É necessário enfrentar os problemas da urbanização, com planejamento de médio e longo prazo, para que essas regiões também tenham direito à água potável e ao esgoto tratado”, finalizou.
Fotos: Jornal Estadão