Buscando garantir o abastecimento de água para as próximas décadas, o Semae e a Prefeitura de São Leopoldo (RS) lançaram na quarta-feira (23) o Programa de Substituição de Redes. Com investimento de recursos próprios, a autarquia deve destinar cerca de R$ 250 mil por mês para o projeto. Somente na primeira fase, que tem foco na região central da cidade, serão empregados R$ 3 milhões.
Em atividade aberta ao público, realizada na esquina da Avenida Dom João Becker com a Rua Flores da Cunha, o diretor de Manutenção Hidráulica e Eletroindustrial do Semae, Everson Gardel, explicou que a primeira área de atuação compreende o quadrilátero formado entre a Avenida Mauá e a BR-116 e entre as Avenidas Dom João Becker e João Corrêa. “Esta não é uma tarefa fácil de realizar, mas entendemos sua importância e aceitamos o desafio de entrar em uma era de inovação e melhoria. Queremos garantir o abastecimento a longo prazo, a partir de um saneamento público e eficiente”, afirmou Gardel.
Durante sua fala, o diretor-geral da autarquia, Nestor Schwertner, classificou como corajosa a decisão do município de assumir a renovação de suas redes de água, sem financiamento ou repasse federal. “Com estudo e dedicação, nossas equipes aprovaram projetos grandes e importantes, mas o Governo Federal não quis mais financiar o saneamento. Ao contrário, optou pela privatização, pela venda do patrimônio público. O trabalho que vamos fazer aqui não pode mais esperar. Por isso, começamos hoje tendo como horizonte os 200 anos da Imigração Alemã em São Leopoldo, em 2024”, explicou Schwertner.
O prefeito Ary Vanazzi também acompanhou o início dos trabalhos e destacou fatos da história da autarquia. “Depois de sua fundação, o Semae tem como grandes marcos a criação da Estação de Tratamento de Esgotos da Vicentina, a construção da Estação de Tratamento de Esgotos da Feitoria, a nova Estação da Vicentina. Agora, com este projeto voltado para a água, a autarquia dá mais um grande passo e registra mais um fato histórico. Ao trocar redes de água que têm mais de 80 anos, o Semae entra em uma nova fase”, disse Vanazzi.
O Programa de Substituição de Redes integra o Planejamento Estratégico do Semae e também faz parte do programa de eficiência hidroenergética Semae Sustentável. Leia, a seguir, algumas de suas principais vantagens:
> Início pelo Centro: São Leopoldo teve início às margens do Rio dos Sinos, em 1824, e foi a partir deste ponto que as redes de distribuição de água foram sendo implantadas no município. Por isso, a região central tem as tubulações mais antigas do sistema. Elas são quase centenárias e constituídas de ferro e de cimento amianto.
> Melhora no abastecimento geral: mesmo estando localizadas no Centro, as mais antigas redes do sistema leopoldense de distribuição de água também levam água a diversas regiões. Portanto, a substituição nesta região é estratégica porque vai beneficiar toda a cidade.
> PEAD: a nova tubulação é feita de polietileno de alta densidade (PEAD). O material é resistente e bastante flexível. Ele não enferruja, não apodrece e não permite formação de crostas em seu interior, mantendo a vazão ao longo dos anos. O PEAD também tem baixo nível de necessidade de reparos e, quando necessários, eles são feitos com soldas que mantêm a peça única e evitam vazamentos. Sua vida útil é de, pelo menos, 50 anos.
> Redução das manutenções: sempre que uma rede apresenta vazamento ou rompimento, é preciso realizar uma intervenção. Além da perda de água, são contabilizados os reparos realizados na rua e no asfalto do ponto em manutenção. Redes antigas têm mais probabilidade de romper. Com a implantação de uma tubulação nova, desenvolvida com material altamente resistente, haverá redução imediata no número de reparos.
> Método não destrutivo: por apresentar flexibilidade, a tubulação em PEAD pode ser implantada a partir de um método não destrutivo, que dispensa a abertura de valas. Neste caso, a máquina perfura somente o espaço que será ocupado pela rede entre dois pontos (entrada e saída).
> Setores de manobra: ao substituir as redes de água do município, o Semae passa a constituir setores de manobra. Com este modelo, cada quadra conta com um registro próprio. Isto garante maior precisão na detecção de problemas e menor impacto na rede de distribuição.
> Recursos próprios: enquanto os rumos do saneamento são discutidos no Congresso Nacional, o Semae sustenta sua eficiência econômico-financeira investindo recursos próprios no Programa de Substituição de Redes. Somente para a primeira fase do projeto, serão aplicados R$ 3 milhões.
Fonte: Semae São Leopoldo