O DAE (Departamento de Água e Esgoto) de Santa Bárbara d’Oeste (SP) utiliza, desde o mês passado, um robô para monitorar vazamentos não visíveis na rede. Essa é uma estratégia para diminuir o índice de 57% de perdas na distribuição de água.
Os dados são do SNIS (Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento), o mais importante ambiente de informações do setor de saneamento básico brasileiro, ligado ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
Todo ano um estudo é divulgado com os dados coletados pelas prestadoras de serviço de cada município. A última atualização do documento foi em 2019, com dados referentes a 2018. Até aquele ano, o município barbarense apresentava o pior índice de perdas na distribuição de água.
Essa perda acontece tanto por erros de medição e ligações clandestinas quanto por deficiência em adutoras. “São vários os motivos. A rede é enterrada, a tubulação sofre aumento e diminuição de pressão, então, ela vai se desgastando ao longo do tempo e criando perdas. Outro motivo é que as tubulações mais antigas, de ferro, acabam sendo corroídas”, afirma o especialista em saneamento e engenharia hidráulica, Antonio Carlos Zuffo.
“Em países de primeiro mundo essa perda pode chegar a, no máximo, 15%. Realmente, 57% é muito alto. Isso reflete o baixo custo da água”, acrescenta Zuffo.
Desde o início do mês, um núcleo formado pelo DAE de Santa Bárbara planeja ações para reduzir o desperdício. Dentre as iniciativas, houve a contratação de uma empresa para operar um robô que identifica vazamentos.
O equipamento atua no subterrâneo, percorrendo as galerias pluviais e filmando o trajeto. As imagens feitas detectam rompimentos na rede. Na última semana de fevereiro, o robô encontrou dois vazamentos brotando nas galerias pluviais da Vila Grego – os problemas foram consertados graças à tecnologia.
Também há o monitoramento de macromedidores, que identificaram aumento significativo nas vazões noturnas na Vila Brasil. São através de ações como essas que a autarquia deseja chegar ao índice de 25% de perdas de água.
Durante sua participação semanal na rádio Santa Bárbara FM 95,7, que pertence à prefeitura, o prefeito Rafael Piovezan (PV) admitiu que o índice é elevado, mas destacou as melhorias realizadas desde 2010, quando a perda de água era de 67%, segundo o chefe do Executivo.
“A unidade de tratamento de lodo daqui a pouco entra em operação na Vila Aparecida, a adutora na Zona Leste da cidade também vai entrar em operação. Isso vai ajudando a gente. Os novos reservatórios já estão testados, preparados. É todo um sistema de obras que, às vezes, demora de um a quatro anos para gente colocar em prática”, comentou o prefeito, que foi superintendente do DAE na gestão passada.
Piovezan ainda citou investimentos de cerca de R$ 40 milhões na ETA (Estação de Tratamento de Água) e outras estruturas, como uma nova captação de água e substituições de adutoras. “Nós saímos de 67% e, hoje, acredito que a gente esteja muito próximo de 50%, e de baixar ainda mais”, acrescenta.
Fonte: O Liberal