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09 de Julho, 2015

Papa critica a privatização da água

O texto apresenta a preocupação do papa Francisco com a degradação ambiental, mudanças climáticas e a pobreza

Divulgada pelo Vaticano em 18 de junho, a encíclica “Laudato Si”, do papa Francisco, apresenta a preocupação do pontífice com a degradação ambiental, mudanças climáticas e a pobreza no mundo. O documento aponta o ser humano como o principal responsável pelo aquecimento do planeta, além de alertar para os riscos da privatização da água.

Segundo o papa, é necessário "unir a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral". Com quase 200 páginas, o texto fala da importância de se preservar o bem comum e do abuso irresponsável que se faz deles. “A destruição do ambiente humano é muito séria”.

A publicação reflete a importância da água limpa e potável para a vida humana e a sustentabilidade dos ecossistemas terrestres e aquáticos. Além disso, menciona os problemas atuais com a disponibilidade de água, destacando que em muitos lugares a procura já excede a oferta sustentável. “Grande cidades, que dependem de importantes reservas hídricas, sofrem períodos de carência do recurso. Nos momentos críticos, nem sempre se administra com uma gestão adequada e com imparcialidade”.

O pontífice também critica duramente o processo de privatização da água, que torna o recurso natural “uma mercadoria sujeita às leis do mercado”. Para Francisco, o acesso à água potável e segura é um direito humano universal, pois condiciona o exercício da cidadania. Ele ressalta, ainda, a exclusão social nos países desenvolvidos: “Este mundo tem uma grave dívida social para com os pobres que não têm acesso à água potável, porque isto é negar-lhes o direito à vida radicado na sua dignidade inalienável”.

O texto indica uma relação íntima entre a pobreza e a fragilidade do planeta, aborda a grande responsabilidade da política internacional e condena a cultura do desperdício. Sobre a escassez hídrica, Francisco alerta que o controle da água por grandes empresas mundiais pode se transformar em uma das principais fontes de conflito deste século, caso não sejam adotadas medidas urgentes.

A Assemae considera a encíclica um documento importante para reforçar a necessidade da sustentabilidade no planeta, baseada na gestão pública dos serviços de saneamento básico, com qualidade e eficiência. Segundo o presidente da Entidade, Aparecido Hojaij, a busca pela ampliação e excelência do saneamento básico assegura mais saúde pública, inclusão social e a preservação ambiental, e por isso, deve ser prioridade de todos os setores que formam a sociedade.

Leia a íntegra do texto aqui

Última modificação em Sexta, 10 Julho 2015 09:23
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