24 de Mai, 2024

Tendências: como a Inteligência Artificial transforma realidades dentro do saneamento

Debate no 52º Congresso Nacional de Saneamento da Assemae reuniu modelos de cidades que aplicam a IA na gestão dos processos

A inteligência artificial é uma realidade que está proliferando no cotidiano. E o setor de saneamento não ficou de fora. Pelo contrário, a aplicabilidade dos novos programas inteligentes chegou à gestão e permite uma análise de dados voltado para as necessidades de cada região e cidade. 

Este foi o principal assunto de um dos encontros que aconteceu nesta terça-feira, 21 de maio, no 52º Congresso Nacional de Saneamento da Assemae, realizado no Taiwan Centro de Eventos, em Ribeirão Preto. 

A temática foi discutida com a presença de Carlos Amadeu Schauff, do Comitê Nacional de Qualidade da ABES; Alessandro Teztner, diretor de Assistência aos Municípios da Assemae e gerente de Gestão da Qualidade e Relações Técnicas da SANASA - SP; Paulo César Silva, diretor de capacitação de Recursos Humanos da Assemae e presidente do DMAE de Poços de Caldas – MG; Osvalcir Peters, presidente da Regional SC da Assemae e diretor do Samae de São Bento do Sul – SC.  Karina Rodrigues Carregare, chefe da Divisão de Laboratório e Tratamento da Saerp Ribeirão Preto - SP, foi a responsável pela mediação do assunto. 

No bate-papo, Carlos Amadeu destacou a utilização da Inteligência Artificial na gestão como aperfeiçoamento da excelência e dos modelos utilizados, com destaque para o ESG 2.0 que leva em consideração, por exemplo, os fatores externos, o uso de novas tecnologias nas análises, o consumo responsável e desenvolvimento de mercados sustentáveis. 

“O que precisamos levar em consideração é a adaptabilidade usando a IA para continuidade do negócio. No consenso estratégico, trago uma provocação para todos os presentes: Qual a linguagem será usada para incorporar a Inteligência Artificial nos processos de análise dos resultados? Como priorizar aquilo que é importante e ainda ter segurança digital para a integridade dos sistemas?”, indagou.

Amadeu destacou também a importância da capacitação da equipe para o uso dos novos programas e o conhecimento necessários para ser um curador crítico das informações obtidas pela IA.

É preciso começar

De Campinas, Alessandro Teztner destacou as iniciativas da SANASA (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento) para utilizar a IA no dia a dia, incluindo os modelos de gestão que ajudam a acelerar os processos.

“Usamos o modelo de gestão MEGSA (Modelo de Excelência em Gestão do Saneamento Ambiental) e, a partir dele, levando em conta o conhecimento, capacidade e bom senso pensamos em como utilizar a Inteligência Artificial. Assim fizemos pequenos ajustes e obtivemos resultados importantes nos modelos sistêmicos, mesclando informações técnicas com comerciais que nos permitiu um acompanhamento em tempo real da cidade e do sistema implementado”, comentou. 

Alessandro destacou ainda a celeridade que a IA trouxe para os processos, após o direcionamento correto da ferramenta a favor do cotidiano.  “Carregamos todas as informações na plataforma e pedimos para ela avaliar, e dar uma pontuação de acordo com o modelo de gestão que usamos. O resultado foi satisfatório, pois ela deu exatamente o que precisamos e para saber onde podemos melhorar em cada ponto. Ao fazer o cruzamento dessas informações, conseguimos identificar e avaliar se o resultado apresentado faz sentido para a nossa realidade”, conta.

“A Inteligência Artificial não é algo complexo. Precisamos começar de alguma forma, para não ficarmos parados no tempo. Precisamos estar em evolução”, finalizou. 


Evolução dos processos

Paulo César Silva abordou a evolução dos processos usados pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto de Poços de Caldas ao longo de mais de 20 anos. 

Segundo ele, com a adoção da Inteligência Artificial houve um ganho expressivo na visualização e controle dos processos e sistemas de abastecimento do município. “A primeira tarefa foi a migração do banco de dados, e assim, percebemos uma atuação contínua que não tínhamos antes, de forma mais central e unificada. Além disso, com o novo sistema conseguimos fazer testes com um piloto automático e desenvolvemos algoritmos próprios que nos permitiu uma tomada de decisão mais assertiva com impactos econômicos significativos para a gestão”, comentou.

De acordo com Paulo César, o novo sistema permitiu uma gestão de combate às perdas, gerenciamento de pressões de água, horários de desligamento, redução nos vazamentos com foco em oferecer uma maior eficiência aos consumidores

“Além de ter um melhor controle na distribuição, conseguimos trabalhar olhando para os gaps e atuação em manutenções preditivas, preventivas e corretivas, principalmente em datas mais estratégicas, em tempo real”.

Facilitador

A utilização da IA traz diversos desafios que devem ser levados em consideração para a aplicação, como: acesso a dados de qualidade; privacidade e segurança dos elementos para certificação no tráfego de informações; adoção e treinamento pessoal e qualificação de toda a equipe com baixo custo; gasto de implementação e interoperabilidade, com a possibilidade de integração dos drivers para a instalação de forma mais barata e fácil, entre outros. 

Segundo Osvalcir Peters, esses desafios foram superados no município de São Bento do Sul, em Santa Catarina. “Com a adoção da tecnologia na cidade, conseguimos identificar padrões e atuar verificando as curvas e modelos para uma avaliação preditiva e já estamos evitando, por exemplo, a queima de um motor da bomba. Outra atuação que a IA nos oferece é quanto à meteorologia. Por meio dela, conseguimos ter um sistema que identifica por meio de sensores pontos de atenção e assim como a cheia dos rios, evitando assim catástrofes climáticas”.

 

21 de maio

08h30 às 10h Tendências e Debates: Inteligência Artificial em saneamento: oportunidades e desafios - Auditório D

Coordenadora: Karina Rodrigues Carregare – Chefe da Divisão de Laboratório e Tratamento da Saerp Ribeirão Preto - SP

Palestrantes:

- Carlos Amadeu Schauff – Comitê Nacional de Qualidade da ABES

- Alessandro Teztner - Diretor de Assistência aos Municípios da Assemae e Gerente de Gestão da Qualidade e Relações Técnicas da SANASA - SP

- Paulo César Silva - Diretor de Capacitação de Recursos Humanos da Assemae e Presidente do DMAE de Poços de Caldas – MG

- Osvalcir Peters – Presidente da Regional SC da Assemae e diretor do Samae de São Bento do Sul - SC

 

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Última modificação em Sexta, 24 Mai 2024 10:05
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