O desastre ambiental em Mariana (MG), que provocou uma enxurrada de lama tóxica e comprometeu o abastecimento de água em diversos municípios, trouxe para o debate nacional a necessidade de aperfeiçoar as políticas públicas sobre segurança hídrica e manutenção de barragens. O tema será discutido no dia 17 de maio, em Jaraguá do Sul, durante a 46ª Assembleia Nacional da Assemae.
Sob a coordenação do presidente da Assemae Regional de Minas Gerais, Wagner Melillo, a mesa-redonda terá a participação do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo; do diretor-geral interino do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Telton Elber Corrêa; da prefeita de Governador Valadares (MG), Elisa Maria Costa; e do prefeito de Linhares (ES), Jair Correa.
A atuação da ANA na gestão sustentável das águas e os desafios da segurança hídrica serão apresentados pelo presidente Vicente Andreu. Já o palestrante Telton Corrêa abordará a fiscalização, a prevenção de barragens e os possíveis impactos para o setor de saneamento básico. Na sequência, os prefeitos de Governador Valadares e de Linhares encerrarão o debate com as lições adquiridas no rompimento das barragens de mineração em Mariana, que afetou pelo menos 35 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo.
Embora a tragédia de Mariana tenha sido provocada pela ação de mineradoras, a Assemae entende a importância de incentivar o debate sobre a segurança e os riscos associados aos barramentos de água. Isso porque no início de cada ano o Brasil é castigado por chuvas intensas, que geram inundações, desabamentos e afetam o dia a dia de milhares de famílias. Com o excesso de chuvas, as barragens de água podem não suportar o impacto dos temporais, facilitando o surgimento de rachaduras e a consequente ruptura da estrutura. O caminho para evitar esse tipo de acidente é o investimento em manutenção e prevenção de barragens.
Na contramão das inundações, o Brasil também acumula problemas com a escassez de água durante determinados períodos do ano. No auge da crise hídrica, em 2014, mais de 20 milhões de paulistanos foram afetados pela falta de água nas torneiras de casa. Sob essa perspectiva, os palestrantes da mesa-redonda debaterão as alternativas para garantir a segurança hídrica da população atual, sem comprometer o abastecimento das gerações futuras. A ideia é fomentar a discussão sobre as medidas relacionadas ao enfrentamento de cheias e a gestão necessária para a redução dos riscos associados a eventos críticos (secas e inundações).
Sobre o evento
A 46ª Assembleia Nacional da Assemae ocorrerá em Jaraguá do Sul (SC), de 16 a 19 de maio, com o tema “Saneamento Básico: um direito de todos”. A programação do evento congrega mesas-redondas, painéis, apresentação de tecnologias, exposição de trabalhos técnicos e feira de saneamento básico.
A expectativa é reunir 2.500 participantes, entre gestores públicos, técnicos, ambientalistas, fornecedores, empreendedores, pesquisadores e demais profissionais da área de saneamento básico. As inscrições estão abertas pelo site www.assemae.org.br/assembleianacional. O primeiro lote de inscrições vai até 15 de abril, com valores menores.