26 de Mai, 2015

Crise hídrica e mudanças climáticas são tema de painel

O segundo dia de debates começou com o painel discutindo a crise hídrica e mudanças climáticas

O segundo dia de debates da 45a Assembleia Nacional da Assemae começou com o painel “Crise Hídrica no Brasil: Saneamento Ambiental e as Interfaces com as Mudanças Climáticas e Preservação Hídrica”, coordenado pelo presidente da Assemae, Sílvio José Marques.

O palestrante Christopher Cunningham, pesquisador e Climatologista do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) foi o primeiro a fazer exposição no painel. Ele afirmou que restam poucas dúvidas sobre o aquecimento anormal do planeta. “Em um planeta mais quente aumenta a frequência de eventos climáticos extremos como chuvas intensas, ondas de calor e veranicos.

Ainda de acordo com Christopher, as projeções climáticas, ainda que não livre de incertezas, são a melhor ferramenta disponível. “Vários autores concordam em indiar que devido à mudança climática, pode haver uma crise da água em escala global”, disse. O pesquisador completou dizendo que um sistema precoce de desastres naturais provocados por extremos climáticos e hidrometeorológicos é condição básica para a adaptação ao provável aumento destes extremos, no presente e no futuro.

Já o palestrante Horácio Figueiredo, representante do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo, trouxe dados sobre a crise hídrica no estado de São Paulo. “O sistema Cantareira abastece 5,4 milhões de pessoas e está com 19% da sua capacidade”. Além disso, Horácio destacou a queda no volume pluviométrico dos últimos anos, o que representa uma preocupação para o abastecimento naquela região do estado de São Paulo.

De acordo com Horário, a cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, também está em uma situação desfavorável no que se refere ao abastecimento de água. Para tentar conter o avanço da crise, o Governo do Estado tomou medidas legais para diminuir o uso da água. As indústrias, por exemplo, devem reduzir pelo menos 30% do volume utilizado em suas atividades.

E o representante da ANA alertou para a necessidade de mudanças em relação ao uso da água. “Estamos vivendo um momento terrível de falta de chuva em todo o país, isso vai exigir dos senhores, que são tomadores de decisão, uma postura diferente. A cultura da abundância não é mais possível. Temos que colocar a água como prioridade na agenda dos prefeitos, estados e Governo Federal. Temos que refletir sobre o modelo que vivemos”, ressaltou.

José Tadeu da Silva, presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) iniciou sua apresentação explicando como é a atuação da entidade. “O Confea zela pelos interesses sociais e humanos de toda a sociedade e, com base nisso, regulamenta e fiscaliza o exercício profissional dos que atuam nas áreas que representa, tendo ainda como referência o respeito ao cidadão e à natureza”.

Dando contiuidade ao painel, José Tadeu frisou que o Confea lançou, em 2015, a campanha Água é Vida, Energia e Riqueza. “O objetivo é sensibilizar e informar os conselheiros regionais e profissionais da área tecnológica, que funcionam como multipicadores de informaçao à sociedade. A campanha foi intensificada no Dia Mundial da Água, 22 de março”, declarou.

Como ação do Confea em favor do saneamento, o presidente da entidade falou sobre o convênio de cooperação técnica com a Funasa para a elaboração de planos de saneamento de 50 municípios baianos, com menos de 50 mil habitantes.

Jamyle Calêncio Grigoletto, analista técnica de Políticas Sociais do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (VIGIAGUA/CGVAM/Ministério da Saúde) foi a última palestrante do painel. A profissional apresentou aos participantes os feitos da crise hídrica na saúde da população.

Segundo a palestrante, a estocagem de água em recipientes inadequados e o abastecimento por carro pipa representam riscos para a saúde humana. “A armazenagem dentro das casas, sem as condições necessárias para manter a potabilidade da água tem como resultado doenças causadas por vetores, desnutrição, diarreia, infecções intestinais, hepatite A, infecções respiratórias e alergias, entre outros problemas.

A programação da 45a Assembleia segue até o dia 29 de maio, em Poços de Caldas, Minas Gerais.

 

Última modificação em Terça, 10 Novembro 2015 16:43
Mais nesta categoria:

ASSEMAE © 2016 | Todos os direitos reservados