O desafio de controlar as perdas de água nos sistemas de saneamento básico foi a tônica do “I Seminário Internacional Controle de Perdas e o Enfrentamento da Escassez Hídrica”. O evento ocorreu em São Paulo, de 05 a 07 de julho, com a participação de especialistas, gestores públicos, técnicos e estudantes do Brasil e do exterior. Na quinta-feira (07), o 2º vice-presidente da Assemae e diretor geral do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) de Porto Alegre (RS), Elisandro de Oliveira, participou do painel que abordou experiências exitosas de gestão de perdas de água.
O evento teve como objetivo promover a troca de conhecimento e a disseminação de práticas de excelência, no Brasil e no exterior, que fazem a diferença para o alcance de resultados. A programação contou com palestras, debates e apresentações de estudos de caso, incluindo especialistas da África do Sul, Áustria, Estados Unidos, França, Inglaterra e Espanha.
Segundo Elisandro, a discussão sobre as perdas precisa ganhar fôlego no Brasil, com o monitoramento constante dos serviços que operam o saneamento. “Vivemos uma situação de crise econômica no país e os recursos disponíveis para o setor estão muito escassos. Então, é importante debater a questão de perdas na perspectiva de reduzir gastos em todo o processo de tratamento e distribuição de água, tanto na parte de coleta como de tratamento de esgoto”, acrescentou.
Realizado pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), o seminário reuniu mais de 500 participantes, promovendo a troca de informações e o acesso a produtos que visam melhorar a eficiência operacional do combate às perdas de água.
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A água que se perde antes de chegar até seu destino final representa 36,7% de todo o montante produzido para o consumo no Brasil, conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Isso significa que a cada ano são mais de seis bilhões de metros cúbicos de água desperdiçados, gerando impactos financeiros aos serviços de saneamento, além de uma série de danos ambientais.
A água tratada escorre pelas redes de idade avançada e pelas oscilações de pressão nos dutos. Falta de hidrômetros, falhas na medição e ligações clandestinas também elevam o prejuízo. O Brasil tem como meta atingir, em 2033, o índice de perdas de água de 31%, utilizando medidas estruturantes (obras) e estruturais (aperfeiçoamento da gestão).
Foto: Abes