O 51º Congresso Nacional de Saneamento da Assemae realizou um painel sobre compostagem, abordando os desafios e oportunidades nessa área, promovendo tendências e debates. O evento ocorreu na sala São Carlos, no Cenacon, em Poços de Caldas, e atraiu uma grande audiência na manhã de terça-feira, dia 19.
No Brasil, enfrentamos muitos desafios no processo de compostagem. No entanto, até que ocorram mudanças no paradigma cultural, não veremos melhorias significativas nesse processo. Atualmente, a taxa de compostagem é inferior a 2%, e a falta de uma coleta seletiva eficiente dificulta ainda mais o progresso nessa área. É fundamental contar com a colaboração da população para que haja avanços.
O coordenador do evento, Hermes Ávila de Castro, que também é diretor de Desenvolvimento Associativo de Resíduos Sólidos e Drenagem Urbana da Assemae e diretor técnico da Sanear de Rondonópolis-MT, expressou sua satisfação com o painel de compostagem. Segundo ele, o Governo Federal apresentou suas ações e planos para o futuro próximo e distante.
O evento atendeu às expectativas da mesa e dos participantes, com representantes de cidades que estão desenvolvendo projetos importantes na área da compostagem. Cada participante teve a oportunidade de adquirir conhecimentos para aplicar em seu município.
Durante o encontro, foi discutido o fato de que o processo de compostagem está diretamente relacionado à saúde pública, e é preocupante que o país não esteja dando a devida atenção a essa realidade. Esperamos que haja uma melhora significativa na compostagem em todo o território brasileiro, seguindo as tendências discutidas no congresso.
De acordo com o Coordenador-geral de Resíduos Sólidos Urbanos - Ministério do Meio Ambiente, Alberto da Rochas Neto, o governo federal tem algumas metas para ser cumpridas nos próximos anos, controlando mais de 13% na área de compostagem.
Durante o debate foi anunciado que Ministério do Meio Ambiente irá abrir o edital que visa apoiar projetos municipais, consórcio público e no Distrito Federal, voltados para compostagem e agricultura urbana e periurbana. O edital vai destinar R$ 7 milhões de reais, os projetos vão ter os aportes de R$ 700 mil a um milhão de reais, sendo contemplado de sete a 10 projetos apoiados.
Segundo o Coordenador-geral de Resíduos Sólidos Urbanos - Ministério do Meio Ambiente, o edital também prevê a participação de catadores de materiais recicláveis, ou outras associações de organizações sociais, como por exemplos agricultores. “Que os catadores estejam contratados pelas prefeituras para realizarem os trabalhos de compostagem nas plantas. Uma iniciativa que o Governo Federal vem adotando de valorização e fortalecimento das cooperativas e associações”, finaliza
Em Poços de Caldas, segundo o engenheiro florestal da Secretaria de Serviços Públicos, Carlos Alberto Penteado Battesini, nos últimos anos a cidade implantou avanços significativos nas questões ambientais. Exemplo disso, foi destacado o recolhimento dos recicláveis por meio da coleta seletiva, o trabalho é realizado 100% na área urbana e 100% na região Rural, bem como a Coleta do lixo orgânico.
A Secretaria de Serviços Públicos de Poços de Caldas, também conta com o serviço de cata-treco, que recolhe nas residências os materiais inutilizados, como: móveis e eletrodomésticos, eles são encaminhados ao aterro sanitário que foi recentemente desativado na cidade. Já os resíduos orgânicos são encaminhados para o transbordo e segue para a cidade de Casa Branca/ SP.
Para o Antônio Aparecido Almeida, que atua como catador de materiais recicláveis na Cooperativa Ação Reciclar em Poços de Caldas, participar do debate foi muito bom. Com relação ao edital anunciado pelo Ministério da Agricultura, Almeida destaca que apesar do edital ser pequeno, mas já é uma boa iniciativa, a esperança é que os catadores e associações sejam mais valorizados.