O público que compareceu ao 52º Congresso Nacional de Saneamento da Assemae (Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento) na tarde desta quinta-feira (23) teve a oportunidade de entender como funciona a etapa de gerenciamento de projetos no setor de saneamento básico. O evento aconteceu no Centro de Eventos Taiwan, em Ribeirão Preto/SP.
Camila Mucci, da Superintendência de Água e Esgoto de Catanduva (SP), foi a coordenadora do encontro e fez uma contextualização sobre o tema. “O saneamento básico no Brasil abrange quatro pilares fundamentais: abastecimento de água potável; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; e drenagem e manejo das águas pluviais. A história hídrica do país revela um atraso crônico no acesso da população a esses serviços essenciais. Um mau gerenciamento em projetos pode acarretar diversos problemas significativos, afetando tanto a execução, quanto os resultados finais”, explicou.
Para embasar sua colocação, ela citou como exemplos: atrasos no cronograma; estouro de orçamento; qualidade inferior das obras; impactos ambientais negativos; prejuízos à saúde pública; entre outros.
A apresentação seguiu com James César Carion, diretor de Controle de Entregas do Departamento de Água e Esgoto (DAE) de Jundiaí (SP), que enfatizou que o gerenciamento de projetos é a chave para o sucesso da execução no setor.
“Assim, conseguimos alcançar os objetivos de forma efetiva, controlada e organizada. Devemos ter uma visão antecipada, promover a integração, compartilhar informações e aprender com os nossos erros para manter uma entrega de excelência. O gerenciamento de projetos demanda foco, comprometimento e integridade”, resumiu.
Richard Júnior, engenheiro civil da Saerp (Secretaria de Água e Esgoto de Ribeirão Preto), fez uma explanação mais técnica, comentando as vantagens e desvantagens de diferentes modelos de gerenciamento, como o método ágil, cascata, Prince 2, PMBOK 6 e PMBOK 7. Ele também falou sobre os principais desafios da área, como financiamentos limitados, complexidade e a burocracia.
Marco Antônio dos Santos, diretor técnico da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa) de Campinas (SP), destacou a importância do planejamento. “A sequência do nosso trabalho é planejar, executar e operar. Vale a pena investir tempo e recursos nessa primeira etapa, pois ela é determinante para que as próximas funcionem conforme o esperado, mitigando riscos”, ressaltou. O especialista finalizou sua participação enaltecendo o fator humano nessa equação. “Não podemos nos esquecer de que quem faz o projeto acontecer são pessoas”, completou.
Thiago Barreto, diretor administrativo do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Caldas Novas (GO), encerrou o ciclo de palestras reforçando que o maior objetivo de todos esses estudos e processos, que estão em constante aprimoramento, é garantir à população o acesso ao saneamento básico de qualidade.