A gestão de resíduos sólidos no Brasil, marcada por desafios na coleta seletiva, na reciclagem e, sobretudo, na destinação final adequada, foi tema central da mesa-redonda realizada durante a 53ª edição do CNSA, em Caldas Novas (GO). Abrindo as apresentações, Mauri Queiroz, Assessor Técnico Operacional da Águas de Pantanal-MT, falou sobre a importância da cobrança da tarifa como mecanismo essencial para garantir a sustentabilidade do setor. Segundo ele, é por meio dessa arrecadação que se tornam possíveis os investimentos necessários para a melhoria da gestão dos resíduos sólidos.
A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) foi destacada durante a mesa-redonda por sua atuação voltada à promoção da saúde pública e à inclusão social, especialmente nas regiões mais vulneráveis. Adam Douglas- Superintendente da Funasa/SP explicou que a instituição desenvolve dois programas específicos voltados à gestão de resíduos sólidos: um destinado ao repasse de recursos para municípios com até 50 mil habitantes e outro voltado ao fortalecimento de associações e cooperativas de catadores. Essas iniciativas visam ampliar a capacidade operacional dos pequenos municípios e apoiar a organização dos trabalhadores que atuam diretamente na reciclagem e no reaproveitamento de materiais, promovendo tanto a sustentabilidade ambiental quanto a geração de renda.
Apresentando as boas práticas realizadas em Uberlândia (MG), Arthur Rosa Públio, Coordenador de Gestão de Resíduos Sólidos do DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgoto), destacou os avanços do município no setor de saneamento básico. Uberlândia ocupa o primeiro lugar em Minas Gerais e a quinta posição no ranking nacional. Entre as ações de destaque, estão três programas voltados à sustentabilidade: o Escola Água Cidadã, focado na educação ambiental; o Programa Buriti, que trabalha na recuperação de nascentes; e a Coleta Seletiva, que já alcança 100% dos bairros da cidade. Apesar dos resultados positivos, o município ainda enfrenta desafios relacionados à gestão dos aterros sanitários, especialmente na busca por novas áreas e na manutenção adequada da estrutura atual para garantir a disposição final segura dos resíduos.