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05 de Outubro, 2015

Expedição aponta situação do Velho Chico

SAAE de Pirapora divulga resultados das coletas realizadas durante a viagem ecológica

Realizada nos dias 04, 05 e 06 de setembro, a expedição científica “Amigos das Águas” reuniu ambientalistas, professores, biólogos e outras pessoas adeptas ao meio ambiente em Pirapora (MG). Agora, o SAAE divulgou os resultados das coletas realizadas durante a viagem ecológica entre a represa de Três Marias e o rio Pirapora. Foram analisados 22 parâmetros.

Segundo a seção de Controle de Qualidade da Água, alguns pontos mais importantes são: a jusante da represa de Três Marias, no rio Abaeté, no rio de Janeiro e no córrego Formoso (pois estes três últimos são os principais afluentes do rio São Francisco nessa região). A qualidade da água que chega a Pirapora é resultante da mistura desses afluentes, alguns contribuindo mais outros menos. O rio Abaeté tem grande influência devido a grande vazão em comparação ao córrego Formoso que tem pequena influência devido à baixa vazão.

Nos últimos dois anos, a expedição científica ocorreu com o rio em baixa vazão (em 2014 a vazão média do mês de setembro foi 175 m³/s; em 2015 foi de 326 m³/s). Numa comparação com anos anteriores, em 2013 tivemos 489 m³/s; 2012 foram 778 m³/s; e 2011 um total de739 m³/s. Isso pode, segundo o SAAE, alterar a qualidade da água do rio São Francisco, haja vista que com menor vazão há menos água disponível para diluir os poluentes ou contaminantes que são lançados no rio, principalmente os provenientes de fontes pontuais, como lançamento de esgotos in natura.

Com a vazão baixa, vale destacar que as águas do rio São Francisco estão perdendo espaço para a areia e pedras. Segundo o biólogo Patrick Valim, “este ano, o processo de assoreamento foi visível e está provocando o aumento do número de ilhas e dificultando a navegação”. Ele afirma, no entanto, que alguns resultados foram considerados bons, como é o caso da jusante de Três Marias, onde os parâmetros cobre e nitrogênio estão acima da legislação. “No rio Abaeté, os parâmetros alumínio e ferro também estiveram acima. No rio de Janeiro, os parâmetros nitrogênio, alumínio, cobre e ferro também. E no Formoso, cobre e ferro. De um total de 69 análises físico-químicas realizadas, dez estiveram acima da legislação CONAMA 357/2005, o que é satisfatório”.

Patrick ainda explica sobre os metais acima da legislação. “Estes possuem fontes diversas, podendo ser de origem natural, como intemperismo de rochas e erosão de solos ricos nestes materiais ou de origem artificial, antrópica, através de efluentes industriais, atividades de mineração e agrícola que se utiliza de diversos tipos de fertilizantes e defensivos. A presença destes elementos está diretamente ligada às características geológicas e ecológicas das bacias de drenagem e, ainda, ao tipo de atividade humana nelas presentes”.

Em anos anteriores da expedição científica “Amigos das Águas”, as análises demonstraram também fortes concentrações destes elementos. O objetivo da expedição é percorrer o rio São Francisco coletando águas, e, posteriormente, efetivar essas coletas por meio de análises detalhadas. É importante destacar que nas concentrações encontradas, estes parâmetros não causam mal à saúde. Todavia, é preciso fazer um alerta a população no sentido de preservação do nosso rio e seus afluentes”, concluiu.

Fonte: SAAE Pirapora

Última modificação em Segunda, 05 Outubro 2015 15:24
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