22 de Mai, 2024

Congresso da Assemae debate as mudanças climáticas, a escassez hídrica e os recursos para manter o abastecimento público com qualidade e segurança

Especialistas debateram sobre o tema durante a tarde de terça-feira

Especialistas se reuniram na Mesa-redonda 6 – Escassez hídrica: potencialidades dos mananciais subterrâneos e superficiais para a gestão do abastecimento público, dia 21 de maio, durante o 52º Congresso Nacional da Assemae (Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento) para debater a escassez hídrica, explorando as potencialidades dos mananciais subterrâneos e superficiais para a gestão do abastecimento público. O professor do Instituto de Geociências da USP, Ricardo Cesar Aoki Hirata, abriu as apresentações, explicando que as mudanças climáticas, com menos chuvas e estiagens mais frequentes provocarão uma redução de disponibilidade hídrica em quase todo o território nacional. “É aqui que entra o enorme potencial dos mananciais subterrâneos. Cidades com esse modelo de abastecimento apresentam maior resiliência diante das crises. No Brasil, o uso dessa fonte para abastecimento público ainda é baixo: cerca de 10%. A título de comparação, a Alemanha utiliza 70%”, compartilhou.

Em seguida, Ângela Di Bernardo Dantas, Doutora em Hidráulica e Saneamento pela USP, falou sobre a queda na qualidade das águas superficiais e enalteceu a importância do Plano de Segurança da Água (PSA). “O objetivo é eliminar ou reduzir os riscos à saúde do consumidor associados à água de abastecimento durante as etapas de captação, tratamento, armazenamento e distribuição. O trabalho foca na adoção de procedimentos operacionais adequados e equipamentos confiáveis além dos convencionais, associados a equipe qualificada treinada, para preservar os mananciais e elevar o nível de segurança da água que chega nas casas”, ressaltou.    

 Nicanor Batista Júnior – Superintende do Semae de São José do Rio Preto também esteve entre os convidados dessa mesa. Ao discorrer sobre o modelo adotado pelo município – que tem um sistema de abastecimento tanto superficial, com o manancial Rio Pardo, quanto subterrâneo, com os Aquíferos Bauru e Guarani – ele apontou o processo de urbanização, e a consequente impermeabilização das áreas de recarga, como um dos principais desafios a serem enfrentados. 

Lineu Andrade, diretor técnico da Saerp Ribeirão Preto, encerrou o debate, também apresentando o cenário atual e as estratégias da cidade diante da questão, com destaque para o projeto de captação, tratamento e distribuição da água do Rio Pardo. “Do ponto de vista do operador, precisamos nos preparar ante a escassez hídrica com base em alguns fatores, como conhecimento – conceitual, técnico e metodológico –, planejamento minucioso, profissionais capacitados, ação (incluindo implantação de obras e serviços, controle de redução de perdas e melhoria de eficiência energética), comunicação e mudanças de comportamento, com educação ambiental para a redução de consumo e uso racional da água. Estamos investindo em pesquisas e estudos de viabilidade já pensando no futuro”, finalizou o especialista. 

21 de maio - 16h30 às 18h30 Mesa-redonda 6 – Escassez hídrica: potencialidades dos mananciais subterrâneos e superficiais para a gestão do abastecimento público - Auditório C

Coordenadora: Alice Daquila – Chefe da Divisão de Cadastro da Saerp Ribeirão Preto - SP – Ribeirão Preto - SP

Convidados:

- Ricardo Cesar Aoki Hirata – Professor do Instituto de Geociências da USP

- Ângela Di Bernardo Dantas – Doutora em Hidráulica e Saneamento - USP

- Nicanor Batista Júnior – Superintende do Semae de São José do Rio Preto – SP

- Lineu Andrade de Almeida – Diretor Técnico da Saerp Ribeirão Preto - SP

- Helena Magalhães Porto Lira - Superintendente substituta da SUEST-PE da Funasa

 

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Última modificação em Quarta, 22 Mai 2024 16:59
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