“Modelos e experiências práticas no tratamento de esgoto sanitário” foi a mesa que encerrou a programação de quarta-feira, 22/05, reunindo diversas cidades de estados diferentes do Brasil no 52º Congresso Nacional de Saneamento da Assemae, no Taiwan Centro de Eventos em Ribeirão Preto/SP.
A organização reuniu para apresentação dos modelos, Luiz Pannuti Carra, - diretor presidente da Companhia de Saneamento de Jundiaí; Marcio Luciano Barbosa, gerente de operação de esgoto Sanasa, Amanda Carvalhaes Valim, engenheira do DMAE Poços de Caldas (MG), LaersonAndia Júnior, diretor superintendente do DAE de Santa Barbara D´Oeste; Reginaldo Schiavi, diretor de operações do Serviço Autônomo de Água Esgoto de Sorocaba e Gilson Merli, diretor de operações da GS.
Durante as apresentações, todos os convidados apontaram diretrizes fundamentais para estações de tratamento de esgoto: qualidade do tratamento – para recuperação dos corpos hídricos; sustentabilidade – sistemas de baixo impacto ambiental; inovações tecnológicas – investir em novas tecnologias que reduzam custos e consumos e que também aumentem a eficiência do tratamento; e educação ambiental – promover envolvimento e conscientização da sociedade.
Reginaldo Schiavi apontou o Programa de Despoluição do Rio Sorocaba tem sido determinante na melhoria contínua da qualidade de vida da população. A Estação de Tratamento de Esgoto Sorocaba 1 (ETE-S1) foi ampliada em 2021. O volume de tratamento nessa unidade passou de 1.000 litros por segundo para 1.300 l/s, com melhora na eficiência do tratamento, de 81% para mais de 90%.
Em relação ao abastecimento público, não menos importante é a ETA Vitória Régia, que entrou em operação também em 2021, captando água diretamente do Rio Sorocaba e garantindo o fornecimento de água com excelente qualidade à população. O tratamento é feito à base de ozônio, por meio de tecnologia inovadora e pioneira na América Latina.
“A captação de água no Rio Sorocaba, para tratamento e distribuição, é possível graças à conclusão de um conjunto de obras e investimentos executados, como parte do Programa de Despoluição do Rio Sorocaba, cujo as ações consistem em coletar, afastar, bombear e tratar o esgoto produzido na cidade”, Aponta Schiavi.
Compostagem 100% do lodo
Em Jundiaí, Luiz Pannuti Carra, diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Município, relatou que o esgoto industrial representava 70% da carga da cidade. A capacidade de tratamento em carga orgânica de 90 toneladas de DBO por dia (equivalente da 1,67 milhão de habitantes – quatro vezes mais que o total de habitantes do município – 420 mil moradores.
Segundo ele, o principal componente do sistema de aeração são as lagoas com difusores flutuantes de membrana. “Trata-se de um sistema robusto que não emite aerossóis. Foi a primeira ETE no Brasil a usar ar difuso em lagoas, com difusores flutuantes de membrana”, relata.
Pannutti explicou ainda que o lodo proveniente de estação de tratamento de esgoto é utilizado 100% para compostagem. “Nossa produção diária é de 150 toneladas de torta de lodo. Ele perde a natureza de resíduo e se transforma em um produto de uso seguro”, completou.