Em seu terceiro dia de programação no Centro de Eventos Taiwan, em Ribeirão Preto/SP, o 52º Congresso Nacional de Saneamento da Assemae (CNSA) proporcionou uma manhã enriquecedora com o Seminário Especial: “O papel essencial das mulheres no saneamento básico”.
Alaíza Aline de Queiroz Andrade, diretora de assuntos jurídicos da Assemae e diretora do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Itaúna (MG), iniciou o debate lembrando que, historicamente, a gestão de águas e as soluções de engenharia são setores majoritariamente masculinos. “Há alguns anos não teríamos tantas mulheres em um evento como esse, muito menos compondo as mesas de debate. Isso mostra uma evolução”, destacou.
Greicy Fronza, assessora especial do Departamento de Água e Esgoto de Jundiaí (SP), se disse honrada pela oportunidade de representar as mulheres que atuam diretamente na área de saneamento básico. “Pela minha experiência posso afirmar que temos características muito próprias, que contribuem para o aprimoramento desse setor nas mais diversas funções. Somos resilientes, temos empatia, solidariedade e comprometimento. Somos multitarefas e, acima de tudo, possuímos uma habilidade nata de resolução de conflitos”, descreveu.
Fabiane Cabral de Costa Santiago, diretora do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Atibaia (SP), também enalteceu as contribuições da participação feminina no setor. “A mulher tem um olhar intuitivo, aguçado, uma vontade de transformar. Nós fazemos a diferença na obtenção de melhores resultados. Já avançamos, mas ainda temos muitas conquistas pela frente”, assegurou.
Raimunda Nonato da Cruz Oliveira, superintendente substituta da Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde no Estado do Piauí (SUEST/PI – FUNASA), seguiu na mesma linha. “A identidade da alma feminina é ser protagonista, estar à frente do seu tempo, explorando limites e possibilidades de forma crítica e criativa. E fazemos isso como profissionais e como usuárias das ações de saneamento”, enfatizou.
Outra importante contribuição veio de Jaqueline Freitas Reis, diretora de Planejamento, Projetos e Obras do Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae) de São José do Rio Preto (SP). “A mulher chega para somar, não para competir. O papel do homem nessa engrenagem é fundamental. Devemos estabelecer uma relação de parceria, que tem que existir tanto no trabalho quanto dentro de casa”, apontou.
Dayany Schoecher Salati, assistente técnica especializada e representante da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, e Lígia Araújo, especialista em Regulação de Recursos Hídricos e Saneamento Básico – ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, trouxeram uma perspectiva mais técnica do trabalho, citando, inclusive, os efeitos avassaladores que a falta de saneamento básico pode provocar na população feminina, em especial. Além de compartilharem alguns programas e projetos desenvolvidos com foco nesse público, tanto em áreas rurais quanto urbanas.
Rosilene Gomes Costa, presidente da Regional Pará da Assemae e superintendente geral da Agência de Saneamento de Paragominas – SANEPAR (PA), e Morgana Decker, engenheira sanitarista e coordenadora de Projetos e Fiscalização do Samae (Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto) de Jaraguá do Sul (SC), ressaltaram o quão significante é poder contribuir para a mudança do conceito das companhias de saneamento básico e no contexto de políticas públicas que estão sendo criadas, levando saúde, qualidade de vida e dignidade à população, ao mesmo tempo em que atuam na preservação ambiental.
Já em sua apresentação, Roberta Cardoso, diretora presidente da Companhia de Saneamento de Maricá (RJ), deixou uma reflexão que resume bem tudo o que foi discutido durante o encontro. “Carregamos conosco a força das que vieram antes de nós e seremos a inspiração daquelas que virão depois”, finalizou.