Durante o 53º Congresso da Assemae, no dia 23 de junho, a mesa-redonda mediada por Esmeraldo Pereira Santos — diretor do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Passos, MG — discutiu os desafios do saneamento no meio rural, uma realidade que ainda está fora do alcance de milhões de brasileiros. Marechal Cândido Rondon (PR) foi destacada como um exemplo positivo, por ser um dos poucos municípios do país a garantir o abastecimento de água também nas áreas rurais.
Dados do IBGE indicam que cerca de 25,6 milhões de brasileiros vivem em áreas rurais, muitos ainda sem acesso à água tratada e ao esgotamento sanitário. A diversidade territorial, social e econômica dessas regiões foi apontada como um dos principais desafios à adoção de soluções padronizadas. Mário Cesar, diretor da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental ABES Centro-Oeste, destacou que o saneamento é um direito reconhecido pela ONU é fundamental para a promoção da saúde e da qualidade de vida.
Nilson Alves de Andrade, da SAAE de Barretos (SP), apresentou o programa:“Mãos pela Água”, iniciativa voltada à recuperação e preservação de nascentes no município. O projeto adota práticas sustentáveis como reflorestamento, desassoreamento, limpeza e ações de conscientização da população sobre a importância da água e da conservação dos recursos hídricos.
Encerrando o tema, Alexandre Ribeiro Motta, presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), destacou três pilares fundamentais para o avanço do setor: diálogo, participação popular e capacidade técnica. Ele anunciou que a instituição trabalha para institucionalizar até o fim do ano o Programa Nacional de Saneamento Rural (PNSR). Motta também ressaltou a importância da COP 30, que ocorrerá em Belém (PA), e contará com a "Casa do Saneamento" — espaço dedicado à discussão da segurança hídrica com foco no saneamento como elemento central.
